Opinião
Como os dados nos auxiliam na busca por significado
Nas próximas duas décadas, os consumidores vão demandar ainda mais que as marcas tenham um posicionamento claro voltado para o bem comum
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17 de junho de 2021 - 6h00
Em uma pesquisa recente “Verdade sobre a cultura e a covid-19”, da McCann, 77% das pessoas disseram acreditar que as marcas têm mais chances de criar uma mudança positiva do que os governos. Logo, podemos perceber que existe uma grande expectativa sobre o papel que as marcas devem desempenhar. Cada vez mais, as empresas, e não apenas os governos, deverão interferir positivamente na sociedade.
Nesse sentido, será necessário que as marcas encontrem o seu “reason for being in a community”. Ter isso muito claro é essencial para garantir que uma ação seja autêntica, e não apenas um discurso passageiro. Para aqueles com interesse nesse trajeto, o mais importante é começar, compreender pontos positivos e negativos, entender quais serão os eventuais atritos, ou seja, planejar para o curto e médio prazo. Como nenhum planejamento será perfeito, logo o uso dos dados, estabelecendo KPIs claros pelo caminho, trarão um conhecimento valioso para ajustar rotas e replicar sucessos.
Outra pesquisa “Truth About Gen Z”, de 2021, mostra que 71% dos 2.500 jovens entrevistados afirmam estar dispostos a pagar mais por uma marca, quando ela tem valores alinhados aos seus. 53% dos analisados responderam que “a sociedade permanecer a mesma como é atualmente” é mais assustador do que “a sociedade mudando drasticamente no futuro”. 62% acreditam que “minha geração pode resolver grandes problemas globais” e 81% destacam que carregam consigo a responsabilidade de contribuir positivamente na comunidade em que vivem.
Aqui, há um grande potencial para a marca engajar consumidores e fãs em prol da coletividade, estabelecendo uma fidelidade muito além do produto. Nesse ambiente, a publicidade precisa ainda mais ajudar as marcas a terem um papel significativo na vida das pessoas.
Um exemplo recente dessa mistura de dados, missão e papel da marca é a ação Drive Thru de Doação de Sangue, da Chevrolet, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Shopping Eldorado. Os dados nos ajudaram a entender o cenário de redução dos estoques nos bancos de sangue por consequência do medo de ir ao hospital doar sangue. Com isso, a marca transformou um caminhão em um hemocentro completo para contribuir com os bancos de sangue e oferecer segurança e praticidade aos doadores. Ao aliar a iniciativa com mensagens geolocalizadas, em parceria com o YouTube, a ação atingiu um número de doadores 50% maior do que o esperado, superando inclusive a média obtida antes do isolamento.
Acredito muito que a tecnologia e os dados são os grandes aliados da criatividade para deixar as marcas cada vez mais e mais perto das pessoas de forma genuína.
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