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ESG é negócio de gente grande?

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1 de junho de 2021 - 12h35

(Crédito: Metamorworks-iStock)

ESG, ou Environmental, Social and Governance, é um conjunto de padrões que considera fatores ambientais, sociais e de governança nas análises e processos de tomada de decisão nas operações de uma empresa.

Por que se fala tanto sobre ESG?
As práticas ambientais, sociais e de governança são aliadas importantes para favorecer um contexto global e empresarial mais justo, ético e saudável, mas este é um conceito mais amplo, gerando impactos positivos na sociedade, além de trazer maior competitividade e garantir maior solidez às companhias.

E você? Percebeu esta tendência chegando?
Apesar de a agenda de ESG ter começado a se desenvolver globalmente há mais de 20 anos, foi preciso tempo para que a consolidação de metodologias, formas de mensuração de impacto e mesmo o efeito real nos portfólios de investimento fossem observados. De maneira geral, as empresas, ao seguirem esses padrões, também se tornam mais bem preparadas para gerenciar riscos operacionais e específicos, tornando seus resultados menos voláteis. Por apresentarem menor risco e menor volatilidade, consequentemente, têm menor custo de capital, resultando em avaliações financeiras mais altas.

No Brasil, a tendência ganhou mais força no final de 2019 e passou a ser vista como trunfo estratégico financeiro das marcas nacionais. Líderes se tornaram protagonistas na missão de engajar uma cultura organizacional voltada ao pensar de forma sustentável, para impactar, de verdade, a vida das pessoas. Uma quebra de paradigmas que nos revela uma evolução no processo de impulsionar ações de impactos positivos que realmente fazem a diferença.

De acordo com dados do Distrito, no Brasil, temos 740 startups com soluções em ESG. As empresas não são, necessariamente, startups ESG, mas seus modelos, sim. Desse total, 267 são voltadas para o social, 257 para ambiental e 216 para governança.

Mas o que significa cada um destes fatores?
Enviromental (E): Uma gestão ambiental efetiva busca a redução do impacto das atividades operacionais no planeta, de modo que o uso dos recursos naturais respeite a capacidade da natureza de se regenerar. Trata-se do consumo adequado de energia, gestão de recursos naturais (água, solo, madeira, florestas e recursos minerais), da emissão de gases de efeito estufa, qualidade do ar, do tratamento dado aos animais, do manejo de resíduos e impacto ecológico, dentre outros.

Social (S):  Os aspectos sociais consideram de forma holística a qualidade das relações das empresas com a sociedade e os stakeholders – fornecedores, colaboradores, parceiros, clientes e comunidades, e buscam garantir que seu modelo de negócio e produtos gerem valor e impacto para a sociedade. Trata-se de temas relacionados a direitos humanos e relações comunitárias, privacidade do cliente, segurança de dados, acesso e preço, qualidade e segurança do produto, bem-estar do cliente, práticas de venda e rotulagem de produtos, práticas trabalhistas, saúde e segurança do colaborador, engajamento, diversidade e inclusão.

Governance (G):  A implementação de boas práticas de governança corporativa  auxilia as corporações a utilizarem seu capital de maneira eficaz, levando em conta os interesses de todos os stakeholders e endereçando aos conselhos e aos executivos a responsabilidade de adotarem práticas ESG efetivas perante a empresa e a sociedade.

Agora eu vi valor, hein?
ESG não é mera tendência, mas um pilar importante da construção de uma nova realidade corporativa, sendo ferramenta insubstituível para enfrentar os desafios de um novo mundo, onde todas as partes são chamadas a colaborar e trazer resultados dentro de uma conotação muito mais ampla do que o simples cálculo contábil de despesas e receitas, pois, no conceito de capitalismo moderno, lucro e propósito fazem parte de uma mesma equação, estão entrelaçados e intrínsecos ao sucesso e reconhecimento de uma empresa como em um tripé da sustentabilidade.

Iniciativas de ESG são, cada vez mais, valorizadas por investidores e clientes que atuam dentro de uma percepção de que a geração de riqueza só é sustentável quando pautada no bem coletivo. O potencial de empresas ESG é enorme, estamos apenas começando. Nos últimos três anos, investimentos em fundos de empresas adequados às normas do ESG praticamente quadruplicaram nos Estados Unidos.

Mas como startups podem incluir  ESG nas suas agendas?
O primeiro passo é garantir que a pauta de ESG esteja integrada na cultura e na estratégia de negócios da empresa, tanto em termos de riscos a serem gerenciados como de oportunidades a serem desenvolvidas.

Depois, a empresa como um todo precisa pensar de forma sustentável, garantindo uma estratégia de sustentabilidade incorporada a de negócios, sendo estes alinhados a indicadores e englobados em planos de trabalho e também na remuneração dos executivos.

Por fim, é essencial analisar questões de ESG de forma holística e a longo prazo, exercitando a empatia e enxergando por meio da perspectiva das diferentes partes interessadas, considerando sempre a impermanência das realidades cada vez mais fluidas e mutáveis.

O ESG ajuda a transformar o mundo – e isso é obrigação de todos nós
Garantir o bom desempenho em questões ESG nas empresas de todos os tamanhos é importante não apenas para a criação de valor para as partes relacionadas, mas também para todos que querem construir um novo mundo. Somos nós os agentes de mudança desta nova ordem.

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