SBT aposta no uso da IA por meio de vertical de games
Diretor do SBT Games, Will Pesenti, mostra de que forma a vertical tem utilizado a tecnologia
SBT aposta no uso da IA por meio de vertical de games
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Amanda Schnaider
27 de janeiro de 2023 - 6h03
A vertical de games do SBT utilizou duas ferramentas de inteligência artificial (IA), o ChatGPT e o MidJourney, para unir personagens de dois relevantes jogos eletrônicos, o Super Mario World e o Street Fighter, em um post nas redes sociais.
A ferramenta ChatGPT criou o texto da postagem, que foi revisado por um redator, e a MidJourney desenvolveu as imagens, que trouxeram um cruzamento entre os dois jogos.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Will Pesenti, diretor do SBT Games, explica como a vertical da games da emissora está explorando a tecnologia e quais são os próximos passos da IA no cenário de jogos eletrônicos.
Meio & Mensagem – De que forma o SBT tem explorado a inteligência artificial?
Will Pesenti – Essa tecnologia de inteligência artificial é bem nova no sentido de que agora ficou aberta para todo mundo utilizar e experimentar. Acredito que seja um passo importante apresentar isso para a equipe. Quando comecei a me aprofundar um pouco nessa tecnologia, vi que é uma ferramenta de grande potencial para realizarmos outras coisas no dia a dia. É uma ferramenta extremamente importante para ser utilizada pelos produtores de conteúdo. Foi o que passei para o time, inclusive, quando apresentei: “Preparem-se para uma ferramenta que vai mudar a vida de vocês porque quem está utilizando sabe o quanto impacta no dia a dia para tudo”. É uma ferramenta democrática e todo mundo tem assistente pessoal de bolso. Pelo telefone, você consegue criar um texto, fazer um roteiro de viagem, enfim, a ferramenta é extremamente importante para isso. Mostrei a ferramenta, todo mundo ficou super encantado. Perdemos uma hora e meia ali conversando sobre a ferramenta, fazendo-a trabalhar, e deixei bem claro que é para utilizá-la como ferramenta, não é para dar ctrl+C, ctrl V em uma inteligência artificial, por enquanto. Daqui a muitos anos não vai ter jeito, a ferramenta realmente vai trabalhar de forma mais inteligente. Mas, hoje, acredito que seja uma ferramenta mega importante para qualquer tipo de função e trabalho. Foi por isso que abri isso para a equipe e até estimulei que fizéssemos a primeira matéria, que foi unirmos dois universos que não têm nada a ver. Inclusive, a própria ferramenta nos corrigiu, porque falamos para criar um texto comparando Super Mario com Street Fighter, e ela começou falando: “Os dois jogos são de segmentos diferentes, não têm nada a ver um com o outro, porém, são dois grandes jogos que marcaram a indústria dos games”. A ferramenta, de forma delicada, corrigiu a solicitação e escreveu um texto que falava um pouco do que é cada um, dando esse desfecho de que são iguais no sucesso, no impacto que fizeram na indústria. Aproveitando esse texto, usamos a ferramenta do Discord, o MidJourney, e criamos essas imagens. Demos uma linha de comando, feita pelo nosso produtor. Tanto no ChatGPT quanto no MidJourney precisa de alguém pensando ali de verdade. Usamos essas duas ferramentas e chegamos a esse resultado. Ali foi um pontapé, o pessoal aqui do digital já estava mexendo. Isso mostra a mente aberta que temos no SBT. As coisas mudaram e temos que enxergar como mudança, ferramenta de apoio para pra nos ajudar a fazer coisas no dia a dia, e não como substituição humana, como muitos temem. Não é esse momento, não.
M&M – Como a inteligência artificial ajuda o SBT a impactar sua audiência?
Pesenti – É muito cedo ainda para saber. Alimentamos um pouco o despertar da curiosidade. As pessoas estavam em busca dessa ferramenta, querendo saber como funcionava e demonstramos na prática. Tem muita questão jurídica, é novo para todo mundo, é muito recente isso no mercado. Sobre o impacto de audiência, apostamos muito na curiosidade. Essas ferramentas ajudam a colocar na prática uma perspectiva diferente da pessoa que está criando. Não tem limites. Avança o limite da criação. Utilizamos somente a ferramenta, no caso do MidJourney, colocamos as palavras referentes ao que precisávamos para representar o que fizemos naquela matéria. Porém, se eu fosse utilizar aquilo como arte mesmo, teria que também passar por um artista. A inteligência artificial ainda tem um monte de defeitos, por exemplo, ainda não identificou como se desenha a mão. Ainda tem muita coisinha para aperfeiçoar e, mesmo assim, não acredito em substituição, e sim em adaptação de como vamos utilizar essa ferramenta e como cada profissão vai ser impactada de alguma forma. Muda muito. A tecnologia, para mim, sempre foi isso, sempre um avanço assustador, mas que de alguma forma você irá depender no seu dia a dia. Tecnologia para mim é uma coisa natural, integra a natureza. É uma questão, realmente, do ser humano saber usar. Temos que colocar limites para nós.
M&M – Seguindo outros mercados como Estados Unidos, China e União Europeia, o Brasil está discutindo a implementação leis para regulamentar a tecnologia no território nacional. Qual é a importância da regulamentação?
Pesenti – Está tendo uma movimentação, principalmente com imagens. Sim, tem que regulamentar. Tem muita coisa ali que se pode comparar com a obra de algum artista. Essa parte tem que ser regulamentada de alguma forma que seja coerente, de acordo com que os artistas também ganhem, porque é uma forma diferente de usar a arte dos artistas. É legal o artista enxergar como uma possibilidade de ganho, de distribuição da arte dele, mas também tem que ser reconhecido por isso.
M&M – Quais são os próximos passos do uso da tecnologia na área de games?
Pesenti – Não sei se adianta o futuro ou se já é o futuro. A inteligência artificial veio para ajudar muito. Nesses dias, inclusive, estava pesquisando pessoas que já estavam programando jogos através dela. Por enquanto, a considero uma assistente de bolso. Talvez para o programador, evite ter que escrever tanto código. Ele só vai checar, alterar coisas. Para toda área, é um adianto, um processo que aumenta a produtividade. O tempo que um programador perderia para desenvolver alguma coisa já coloca a parte mais chata de se fazer para a ferramenta trabalhar por ele. É o futuro inevitável, temos só que nos adaptar e não achar que a máquina faz tudo sozinha. 100% não, mas 30% já dá para começarmos a confiar na máquina. Tudo mundo tem que usar para testar, para ver o que agrega e mostra no seu dia a dia. E quando falo todo mundo é todo mundo mesmo. É uma ferramenta aberta, democrática para todo mundo ter a sua assistente de bolso. É uma revolução.
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