Em Perspectiva: acelerar na curva
Sem grandes decisões em jogo, GP Brasil dispersa atenções, mas não atinge mercado, que segue apostando na F1
Sem grandes decisões em jogo, GP Brasil dispersa atenções, mas não atinge mercado, que segue apostando na F1
Meio & Mensagem
18 de novembro de 2013 - 12h06
A última prova da temporada de 2013 da Fórmula 1 será realizada em Interlagos, em 24 de novembro, e não revelará grandes surpresas. O público já sabe, há algumas corridas, que Sebastian Vettel é o campeão da temporada e a Red Bull, a escuderia vitoriosa de 2013.
Desde 2004, o GP Brasil fecha a temporada em vez de abrir — o que também tinha seu charme —, mas sua decisão, como acontece agora, nem sempre se reserva para o fim. A única expectativa que ainda movimenta o torneio é acompanhar se Vettel alcançará o recorde de vitórias consecutivas na mesma temporada — marca até então pertencente a Michael Schumacher.
Não bastasse isso, outros fatores desviam o olhar do público brasileiro como a falta de piloto nacional com chances de pódio — no próximo ano, Felipe Massa estará na Williams, equipe que teve a pior performance de sua história em 2013. Além disso, a realização da Copa do Mundo vai desviar a atenção das pistas para os gramados.
O futuro próximo da Fórmula 1 no País levanta questões sobre o aumento de fãs e o retorno das marcas. Mas vários players envolvidos não enxergam assim. A Rede Globo, por exemplo, transmite o esporte com exclusividade e conta, pelo quarto ano seguido, com o apoio de Mastercard, Nova Schin, Petrobras, Renault, Santander e TIM na transmissão. Para debater a relevância que a Fórmula 1 ainda possui como um bom negócio, Meio & Mensagem ouviu o mercado e especialistas envolvidos com a categoria.
Veículo
“Há 40 anos, a Fórmula 1 é o segundo esporte de maior visibilidade da TV brasileira. Bilhões de pessoas assistem às corridas todos os anos. É exatamente por isso que, mais uma vez, os seis patrocinadores renovaram suas cotas para 2014, já nas vendas antecipadas. A maior avaliação de sua eficiência é a fidelidade de seus patrocinadores, que atingem ambiciosos objetivos de comunicação junto a uma audiência muito qualificada. A Fórmula 1 atrai empresas dos mais variados setores, dispostas a investir na certeza de um retorno comercial. A competição é a maior vitrine da indústria automobilística mundial. Vários países estão na fila para sediar um Grande Prêmio, assim como muitos países desejam ter um piloto correndo na Fórmula 1, pois esses ídolos são símbolos de idealismo e até patriotismo. O Brasil é um exemplo clássico, pois alguns de seus maiores ídolos esportivos da história vieram do automobilismo. O esporte coleciona fãs de todas as nacionalidades e, por consequência, uma audiência cativa por todo o mundo. Devemos ter em 2014 o maior número de corridas da história da Fórmula 1, além da certeza de um campeonato renovado, apoiado em inovações tecnológicas e esportivas.”
Jornalista
“A Fórmula 1 como evento não está perdendo atratividade comercial. Ela é tão diferente e impactante que qualquer marca associada terá benefícios em ações específicas e retorno comercial assegurado. O automobilismo é um esporte de público diferente do futebol, e atingir consumidores de nicho pode render mais frutos que optar por se comunicar com uma massa maior. A F1 é um campeonato que valoriza aquele que melhor se sai durante o ano, mesmo sem disputa de título em jogo, enaltece cada feito em cada etapa. O automobilismo é um esporte dinâmico, emocionante e perigoso. A maioria das pessoas que assiste a uma corrida no autódromo sente a emoção e se emociona. Esse é o motivo do sucesso de público nos autódromos, mesmo com os preços nada populares dos ingressos. Se não houver um piloto vencedor ou a criação de um ídolo pop, não acredito que a Fórmula 1, pelo esporte apenas, consiga sucesso em propagação pela TV. Não acho que, em um país como o Brasil, seja possível a Fórmula 1 ser atrativa para a massa apenas como competição.”
Anunciante
“Para a Nova Schin, a F1 é uma importante plataforma de visibilidade e possibilita uma relevante exposição de mídia. É uma forma de ser reconhecida como uma empresa parceira nesse esporte de alta tecnologia e performance, que incentiva o esporte e reforça a importância da prática esportiva. Além disso, o automobilismo faz parte da paixão do brasileiro e as competições são momentos de celebração e alegria. Buscamos sempre estar próximos do consumidor nestas ocasiões. Patrocinamos o evento todo, bem como o pacote de transmissão da Globo. Não vemos a Copa do Mundo como aspecto negativo nesse contexto, acreditamos que haverá espaço para todos. Queremos associar nossa marca ao esporte, além de incentivar o brasileiro a acompanhar a categoria e difundir a importância da prática esportiva. Sabemos que patrocínios como esse são fundamentais para incentivar o bom desempenho dos nossos esportistas, proporcionando novas oportunidades para o País.”
Agência
“A falta de um brasileiro disputando título faz a Fórmula 1 perder a atratividade comercial e, em consequência, a audiência. Não ter um ídolo disputando pela equipe de ponta deixa apenas os aficionados pelo esporte acompanhando. O brasileiro é um público apaixonado e isso é intensificado quando há um ídolo, como Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi e Rubinho Barrichello. Tem a torcida pelo Felipe Massa ano que vem, que vai ter chances que antes não teve na Ferrari. A tendência é que, quando tiver um ídolo para vencer, isso volte. Essa é a realidade de qualquer esporte. Quando um patrocinador compra o projeto da Fórmula 1 da Rede Globo, não compra só a transmissão. Envolve a toda grade, inserções nos programas de esporte, nas novelas. Há vantagem comercial por tudo o que engloba. Um dos nossos clientes, a Red Bull, por exemplo, não é patrocinadora ou cotista, mas está presente no circuito por conta do investimento que tem na equipe, o que gera um retorno imensurável.”
Anunciante
"Os investimentos em Fórmula 1 fazem parte da estratégia global do Grupo Santander. Nosso interesse em associar a marca ao esporte é crescente, os GPs são transmitidos em 187 países, com audiência acumulada de 9,2 bilhões de espectadores. Por seu alcance global, tem colaborado fortemente com o nosso objetivo de trabalhar a visibilidade internacional da marca, fortalecendo um posicionamento único, associado aos valores deste esporte que conquistou tantos apaixonados. Estamos completando 16 anos como patrocinadores das transmissões dos GPs pela TV Globo e realizamos diversas promoções associadas ao esporte. A Fórmula 1 envolve paixão, talvez mais do que qualquer outro esporte. Além disso, alimenta o interesse e o comprometimento do público em acompanhar não só as corridas, mas também o incessante trabalho que ocorre fora das pistas e a tecnologia associada aos carros e equipamentos. Também é preciso lembrar que o Brasil tem uma grande tradição no automobilismo e três campeões mundiais de Fórmula 1, o que assegura a fidelidade de uma parcela importante do público".
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