Workshop “How you are doing social media wrong”
A autenticidade e a vulnerabilidade do conteúdo geram empatia e aumentam o engajamento
A autenticidade e a vulnerabilidade do conteúdo geram empatia e aumentam o engajamento
14 de março de 2024 - 15h50
Em meio a agitada agenda do SXSW 2024, por acaso me deparei com um formato diferente dentro do calendário geral, um workshop. Diferente das palestras e seminários nos ballrooms com filas enormes, os workshops exigem RSVP prévio, é limitado a grupos menores. Esse formato permite um contato muito próximo com os speakers e promove networking entre os participantes.
Consegui fazer o RSVP pelo aplicativo do SXSW, antes mesmo de chegar para Austin, para o workshop “How you are doing social media wrong”, conduzido por Eli Vazquez, fundador da Self Hype LLC, criador de conteúdo digital, diretor e palestrante TEDX.
Ao contrário da abordagem que eu esperava para um workshop sobre social com estéticas de feeds, KPIs, engajamento e táticas para ampliar o alcance, o foco foi na íntima relação entre redes sociais e saúde mental. Na verdade, o tema saúde mental permeou entre várias discussões por aqui, inclusive com a Selena Gomez.
Eli nos guiou por uma jornada introspectiva sobre o impacto das redes sociais em nossas vidas. Fomos levados a refletir sobre como, muitas vezes, ficamos imersos em uma bolha digital que molda nossa percepção de realidade, influencia nosso comportamento e, sem que percebamos, afeta profundamente nosso bem-estar emocional, com comparação, FOMO (fear of missing out) e um pensamento enviesado.
Durante o workshop, a vulnerabilidade humana esteve no centro das discussões. Eli compartilhou suas experiências pessoais, ressaltando como as métricas de engajamento de suas redes sociais — likes, comentários, visualizações — já influenciaram sua saúde mental. Atualmente ele diz ter superado essa insegurança e colocou ênfase na importância de abraçar nossas vulnerabilidades, reconhecendo-as como uma fonte de força e autenticidade. Essa abordagem genuína e sem filtros, segundo ele, é o que verdadeiramente fomenta conexões reais e engajamento nas redes sociais.
Eli Vazquez propôs uma abordagem pessoal e intencional às redes sociais, encorajando-nos a fazer um roadmap para identificar nossos verdadeiros interesses e aspirações futuras. Depois ele nos propôs a buscar ativamente perfis e hashtags que refletem esses interesses, engajando com esses conteúdos por meio de curtidas, compartilhamentos e interações. Desta forma, moldamos o algoritmo de acordo com nossas preferências, rompendo os ciclos intermináveis com horas de consumo de tela e conteúdo pouco relevante para nossas vidas.
Entender como o algoritmo funciona não é nenhuma novidade para um profissional de marketing, mas a comparação feita por Eli, tratando o gerenciamento das redes sociais como se fosse uma dieta digital, destaca a necessidade de uma vigilância constante sobre o que consumimos em nossas vidas digitais, um ponto de vista que enriquece nossa compreensão sobre o consumo consciente de conteúdo online.
Como trazer essas reflexões para o conteúdo de uma marca? Com base nas discussões e insights absorvidos ao longo da semana no SXSW, existe uma reafirmação da potência de um conteúdo ao mesmo tempo original e emocional, menos polido e mais genuíno, capaz de refletir vulnerabilidades humanas. Esse tipo de abordagem se mostra eficaz ao gerar empatia, fomentar a conexão com a audiência e consequentemente aumentar o engajamento. O desafio está em adaptar essa estratégia às marcas de luxo, cuja excelência é lei em cada ponto de contato com o cliente. Como, então, equilibrar a excelência das marcas de luxo com a autenticidade e a vulnerabilidade que humanizam e aproximam?
Um bom exemplo, foi um projeto que fizemos durante o Carnaval carioca onde trouxemos um content creator americano que retratou de uma forma muito genuína o cotidiano e o lifestyle carioca, por meio do chamado “raw content” ou conteúdo bruto, sem dúvidas o resultado em engajamento foi três vezes mais alto do que a média.
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