Como a Amazon está desenvolvendo a Alexa?
Rohit Prasad, senior VP & head scientist da Alexa, comenta os bastidores da criação da tecnologia
Rohit Prasad, senior VP & head scientist da Alexa, comenta os bastidores da criação da tecnologia
Carolina Huertas
3 de novembro de 2022 - 3h03
A Amazon quer tornar a Alexa um aparelho indispensável e que simplifique cada vez mais a rotina das pessoas, relatou Rohit Prasad, senior VP & head scientist da Alexa, na Amazon. O executivo subiu ao palco do Web Summit 2022 e comentou sobre os bastidores do device e os planos para o futuro.
Prasad revelou que a interação dos usuários com a Alexa cresceu cerca de 30% nos últimos dez meses. E que os desafios que a big tech quer solucionar é o de poder automatizar cada vez mais ações e elementos básicos do dia a dia para que o usuário possa investir seu tempo em coisas que realmente importam para ele.
“Nós queremos que essa AI esteja disponível em todos os lugares e para todos”, afirma. Indo além da otimização do tempo, Prasad comenta que esta não é uma tecnologia apenas para as pessoas financeiramente privilegiadas. Ele comenta que já existem casos na Índia, por exemplo, onde algumas escolas não possuem computadores, mas possuem echo dots e assim as crianças conseguem aprender diferentes coisas através da Alexa.
Rohit Prasard, senior vice-presidente e head scientist da Alexa, na Amazon (crédito: Paulo Mumia)
“Alexa não é só uma assistente de inteligência artificial, ela é também uma sabedoria de confiança e uma companhia”, afima Prasad. Ele aponta que uma vez que crianças e idosos estão cada vez mais usando a Alexa de diferentes formas, o lado emocional engaja a inteligência artificial a não somente dar uma resposta, mas a estimular uma conversa.
E para criar essa relação de forma apropriada, a tecnologia observa o tom de voz que está sendo usado e o contexto. Além de informações pessoais armazenadas conforme o uso, como, por exemplo, ao perguntar se o time que você torce ganhou ou perdeu, ela saberá responder de forma animada ou triste.
O profissional também comenta que o desenvolvimento do sistema vai melhorando conforme o algoritmo vai lendo as reações. Seja pela quantidade de tempo que o usuário escuta um tipo de música ou pelo fato dele comprar ou não um produto indicado pela assistente, é possível identificar gostos e padrões.
O cientista, que atua na criação da Alexa há oito anos, comentou que o primeiro desafio no desenvolvimento da tecnologia foi descobrir como identificar e entender um comando de voz a distância e respondê-lo dentro de um contexto que fizesse sentido. “Essa era uma tecnologia que não existia em 2014 quando lançamos”, diz.
Em segundo lugar, ele aponta que a Amazon percebeu que não conseguiria desenvolver tudo que gostaria e nem colocar o aparelho com uma utilidade ampla se não trabalhasse outros pontos de conexão para além do serviço de voz. Segundo Prasad, atualmente, a Alexa é compatível com mais de 140 mil produtos.
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