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Opinião

O que dizem as mulheres no Web Summit

Um insight relevante trazido pelas especialistas é que a transformação digital de uma perspectiva de processo está diretamente relacionada à redução de atrito entre as áreas


5 de novembro de 2022 - 8h06

Nos aproximando do fim de mais uma edição do Web Summit, aquela ansiedade sobre o que vamos encontrar de conteúdo nos painéis vai dando espaço a muita reflexão e discursos que nos fazem analisar passado, presente e futuro. Devo dizer que fico extremamente satisfeita de ver tantas mulheres incríveis compartilhando conhecimento, abrindo horizontes e inspirando o público, mostrando o quanto é válido apostar na inclusão.

Neste cenário, destaco algumas expoentes de mensagens importantes. Kelly Burton, co-founder e CEO da Black Innovation Alliance, Rebecca Parsons, CTO da Thoughtworks, e Anie Akpe, Founder da African Women In Tech (AWIT), falaram sobre transformar a cultura das empresas por meio da tecnologia. Para elas, há uma conexão clara entre transformação digital, cultura e inclusão.

Ao longo dos últimos anos, muito se fala sobre a transformação digital das empresas. No Brasil, por exemplo, a Samba Digital divulgou o estudo Raio-X da Transformação Digital no Brasil em 2021: principais dados e insights, que mostra que 45,7% das empresas já estão implementando uma estratégia de Transformação Digital, enquanto 30,5% estão atualmente desenvolvendo uma estratégia e apenas 1,9% não possui planos para isso. Fato que a pandemia acelerou esse processo, principalmente nas grandes companhias. Ou seja, este é um processo real em nosso país.

Um insight relevante trazido pelas especialistas é que a transformação digital de uma perspectiva de processo está diretamente relacionada à redução de atrito entre as áreas. E com isso ingressamos na mudança cultural das empresas. Nesse ponto, as companhias podem e devem beber da fonte das startups. Isso porque somente cerimônias para integração dos times não são mais suficientes, visto que os colaboradores estão mais ligados às premissas de comportamento e ações estabelecidas nas instituições.

Quando falamos em inovação, estamos falando de testar coisas novas, fazer experimentos e, naturalmente, teremos falhas em alguns processos. As startups estão acostumadas a esses processos de testes para acertos ou correções de rotas. Os colaboradores precisam se sentir confortáveis a colocar essas novidades em prática, mesmo que o resultado não seja o esperado. E se a cultura da companhia é a do medo, o processo de inovação não acontece, pois as pessoas não irão se sentir à vontade para correr riscos e experimentar.

Com isso, conectamos a experimentação à inclusão. É essencial oferecer um ambiente inclusivo, em que as pessoas tenham a sensação de segurança e pertencimento. Uma liderança empática, que sabe lidar com a individualidade dos colaboradores, facilita o processo, pois, os mesmos se sentem mais confortáveis a compartilhar suas ideias. Sem contar que pontos de vista complementares ajudam a dar uma visão mais completa do todo.

Complementar a isso, tivemos a oportunidade de ouvir Julia Goldin, chefe global de produto do Grupo Lego. Ela conta que quando as crianças brincam, aprendem habilidades importantes que não são possíveis de ensinar formalmente, como resiliência, comunicação e resolução de problemas, ao mesmo tempo que cometem erros e aprendem. Tendo esses aspectos como base, o sucesso da Lego pode ser atribuído, em parte, por três fatores: cultural, construção da comunidade e inovação.

Por fim, acho que não poderia ser mais simbólico ouvir que a missão da Lego é inspirar e desenvolver os líderes do amanhã. Afinal, por meio das peças e criatividade, as crianças conseguem construir qualquer coisa. E isso é inovação: a junção de diferentes peças para um objetivo comum!

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