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Opinião

Para não errar, volte ao essencial

Web Summit mais uma vez chamou a atenção para a relevância da estratégia customer centricity para o sucesso das marcas


7 de novembro de 2022 - 12h06

Quantas vezes você se deparou com uma marca fracassando miseravelmente em suas ações de marketing e comunicação? E pode notar o padrão: geralmente, isso acontece quando vão muito além do senso comum.

A realidade nos cerca de exemplos: tradicionais escritórios buscando parecer bacaninhas no TikTok; grandes corporações querendo surfar nas causas do momento — enquanto, por trás de um belo post no Instagram, há um comportamento no mínimo contraditório; campanhas belíssimas e ovacionadas em festivais europeus, mas só concebidas para… ganhar prêmios.

Muitas vezes, chegamos a identificar até as digitais no ato: são iniciativas feitas por marqueteiros para marqueteiros. Pobre do cliente, o absoluto responsável pela existência das empresas, mas tão esquecido. “Vaidade de vaidade, tudo é vaidade”, já clamou um profeta.

Felizmente, há uma perspectiva contrária ganhando força no cenário global: a customer centricity. Em bom português, é o consumidor no centro. Principal farol da tecnologia e da inovação do mundo, a Web Summit deste ano, mais uma vez, chamou a atenção — ou puxou orelhas de alguns — para a relevância dessa estratégia.

É como um retorno ao tempo, com a redescoberta do que realmente importa. Pergunte-se: na prática, isso que estou planejando executar é o que o meu cliente quer de fato? Vai melhorar sua jornada de experiência? Vai estreitar a relação? Se as respostas forem negativas, então, a lixeira será o melhor lugar para sua ideia genial. Sem apegos, sem ressentimentos.

Nos últimos anos, assistimos a uma inédita difusão de foco e energia por parte das companhias. Por falta de discernimento e um tanto medrosas de perder o trem da transformação digital, decidiram fazer tudo ao mesmo tempo e estar presentes em todos os pontos de contato imagináveis.

O resultado disso? Não era o que o consumidor almejava. Para além do desperdício de recursos, abriram o flanco para seus concorrentes — que priorizaram o fundamental e acertaram a mão em se conectar com seus stakeholders.

O evento em Lisboa apresentou até uma evolução disso tudo: a vida no centro. Uma visão que passa a considerar também as bruscas mudanças de comportamento das pessoas e os fatores imprevisíveis a que todos estamos submetidos.

O óbvio precisa ser repetido: estão cada vez mais complexos os desafios de posicionar uma marca, fortalecer a reputação, avançar no mercado e reter a carteira. Há muito barulho no nosso entorno. Mas uma parte para a solução disso chega a ser simples: não tire o olho de quem paga a conta e realmente importa para seu negócio.

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