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Escócia é o primeiro país a distribuir absorventes de graça

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Escócia é o primeiro país a distribuir absorventes de graça

A lei, aprovada em 2020, entra em vigor esta semana em todo o país, numa tentativa de combater a pobreza menstrual


17 de agosto de 2022 - 15h07

A Escócia acaba de se tornar o primeiro país a oferecer absorventes e produtos para menstruação de forma gratuita, com fins de combater a pobreza menstrual, ou seja, o uso improvisado de materiais como pedaços de pano, jornais ou folhas de árvores para conter a perda de sangue mensal feminina. A lei, aprovada em 2020 e seguida de uma campanha liderada pela parlamentar Monica Lennon, tornou obrigatória no dia 15 de agosto deste ano a disponibilização desses produtos pelas autoridades locais em centros comunitários, farmácias e clubes.

Monica publicou em seu perfil no Twitter: “orgulhosa do que alcançamos na Escócia. Somos os primeiros, mas não seremos os últimos.” Ainda em 2020, ela argumentava em debates no parlamento sobre a importância da decisão: “momento decisivo para normalizar a menstruação na Escócia e enviar um sinal real para as pessoas deste país sobre a seriedade com que o parlamento leva a igualdade de gênero”.

Desde 2018, o país distribui absorventes em escolas e universidades de graça, movimento inédito no mundo até então. Seguindo a iniciativa, no ano passado, a Nova Zelândia também anunciou que ofereceria gratuitamente produtos para menstruação em escolas, uma vez que a falta de acesso a produtos de higiene era um dos motivos pelos quais os jovens estavam faltando na escola. Seul também seguiu o movimento em 2018, após um clamor popular de jovens que apelavam para soluções alternativas como enrolar papéis ao redor de palmilhas de sapato.

POBREZA MENSTRUAL

O movimento iniciou-se há quatro anos e ganhou força após os resultados de uma pesquisa afirmando que uma em cada cinco mulheres sofriam com a falta de acesso a produtos de higiene menstrual. A “Free Period Scotland Campaign”, organizada pelo grupo Women for Independence, identificou que, devido à pobreza menstrual, as mulheres enfrentavam prejuízos de higiene, bem-estar e saúde. Entre as principais alternativas ao uso do absorvente citadas estavam papéis higiênicos, roupas velhas, camisetas, trapos de tecidos, meias e jornais.

Outros resultados demonstraram que uma em cada dez mulheres tiveram que priorizar a compra de alimentos ao invés de absorventes: 22% das entrevistadas relataram que não podiam trocar os seus produtos com a frequência que gostariam, e 11% delas descreveram um impacto significativo na saúde por causa disso, como infecção do trato urinário ou candidíase. O estudo estima que as mulheres gastam uma média de 13 libras esterlinas por mês e vários milhares de libras ao longo da vida em produtos menstruais .

As mulheres também relataram sentimentos de vergonha e isolamento, preocupação pelo cheiro, desconforto e faltas no trabalho, escola e eventos sociais.

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