Verão aquece parques aquáticos de SP

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Verão aquece parques aquáticos de SP

Estabelecimentos atraem público ao interior de São Paulo; empresas prestam conta das águas.


20 de novembro de 2014 - 9h10

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Por Luis Roberto Toledo

Com a proximidade do verão, os parques aquáticos do interior paulista estão investindo em mídia local e nacional para atrair mais público. Na cidade de Olímpia, no norte do Estado de São Paulo, o maior trunfo é o Thermas dos Laranjais, um complexo aquático com 250 mil metros quadrados que inclui piscina de ondas, rios artificiais com corredeiras, toboáguas e até uma pista de surf.

O parque foi considerado pela organização internacional TEA (Associação de Entretenimento Temático, na sigla em inglês) como o quinto maior do mundo em recebimento de público, dentro de sua categoria. A expectativa da direção do Thermas é fechar 2014 com 2,1 milhões de visitantes, 27% a mais do que no ano passado (1,65 milhão de pessoas). Olímpia é, dessa forma, um dos mais bem acabados exemplos de um fenômeno que se multiplica pelo interior paulista, onde se espalham pelo menos uma dezena de parques aquáticos. Todos eles beneficiados por um clima quente ao longo de boa parte do ano, estradas que estão entre as melhores do País, aeroportos regionais e um público ávido por estar dentro d’água.

O turismo já é a segundo fonte de arrecadação local, segundo o diretor de turismo do município, Paulo Duarte. A cidade está a 430 quilômetros da capital do Estado, mas a pouco mais de meia hora do aeroporto de São José do Rio Preto. “Quando assumi a Pasta, em 2009, Olímpia tinha 680 leitos (de hospedagem); no final deste ano chegará a 9,5 mil, e, com muitos hotéis já em construção, deverá atingir 22 mil leitos em 2016”, diz o diretor de turismo.

Segundo Duarte, dos cerca de 50 mil habitantes de Olímpia, quase um quarto está envolvido direta ou indiretamente no turismo.

Divulgação e mídia
As principais ações de mídia do Thermas são feitas por meio de sua fanpage no Facebook, que reúne 800 mil pessoas.¬ “Monitoramos as cidades num raio de 400 quilômetros ao redor de Olímpia para saber quando haverá um feriado local, e então investimos no Facebook para fazer chegar os posts a todos os moradores do município que estão entre os que curtiram nossa página”, conta Flávio Roberto Bachega, gerente de marketing.

 

O Magic City, parque aquático que está a 60 quilômetros da capital paulista, em Suzano, deixou de utilizar o Facebook como principal meio de divulgação. “Ainda utilizamos o canal, mas estamos reavaliando a estratégia de anúncios pagos em redes sociais para ver o que realmente faz com que os clientes fechem negócio ou venham a se interessar futuramente”, afirma Paulo Kenzo Uemura, diretor de marketing da empresa. No último verão, segundo ele, o parque investiu em mídia impressa, em revistas de lazer e turismo, mas não teria alcançado bons resultados. Ações em banners e no Google AdWords, porém, serão mantidas, assim como parcerias em sistema de permuta com rádios, para promoções entre ouvintes.

Implantado numa área de 300 mil metros quadrados cercada de Mata Atlântica, o Magic City recebeu cerca de 300 mil visitantes em 2013, provenientes principalmente da Grande São Paulo e da Baixada Santista. Além de atrações aquáticas, como piscina de ondas e toboáguas, o complexo em Suzano reúne também parque de diversões e de aventura, e hospedagem em 64 suítes. “É nessa área que queremos crescer, desenvolvendo o parque como destino turístico para perío¬dos maiores, elevando a rentabilidade”, revela o diretor de marketing, que afirma que o Magic City deve investir também em mais atrações naturais.

Somente para hóspedes
O Hotel Estância Barra Bonita, na cidade paulista de mesmo nome, também se divide em diversos núcleos temáticos, como o setor ligado a atividades esportivas e outro a ambientes que evocam a vida no campo, com animais, horta e bosque. Mas a grande atração do complexo de 450 mil metros quadrados é mesmo o parque aquático, batizado de Oceano Atlântis. O núcleo é composto por 12 piscinas (dez delas com água aquecida) e tobogãs, além de hidromassagem e spa. O hotel não tem day use, ou seja, as instalações só podem ser utilizadas pelos hóspedes, garantindo maior privacidade.

Canais infantis da TV paga, como Discovery Kids, Cartoon Networks e Gloob, são os principais veículos para anúncios. “Mantemos ações prolongadas nesses canais e o retorno é muito positivo”, afirma Wagner Bacci, gerente comercial. Ao longo do ano, o hotel também faz ações no Google, em algumas mídias impressas regionais e em revistas de organizações como a da Associação Paulista de Medicina. Nos meses mais quentes e nas festas de final de ano, são feitos anúncios em cadernos de turismo de grandes jornais e em revistas especializadas em viagens. “Também trabalhamos muito o mailing do hotel, já que temos um longo histórico, com hóspedes que nos visitam há mais de 20 anos”, lembra .

O Blue Tree Park Lins também se vale primordialmente da internet para divulgar seus serviços e promoções. “A exploração da internet é um processo irreversível”, afirma Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels, que administra o resort com 2,8 mil metros quadrados de piscinas com águas termais e minerais com temperatura de até 38°C, também provenientes de um poço escavado no passado na busca por petróleo. “Fazemos campanhas nas redes sociais e agendas mensais de e-mail marketing, recebemos vários blogs para conhecer e experimentar o resort, além de fazer investimentos em search engine marketing por meio do Google AdWords”, diz ela, ressalvando que a comunicação se mantém ampla, com veiculações segmentadas impressas.

O resort da Blue Tree na cidade recebe cerca de 110 mil hóspedes por ano, com concentração nas férias de verão e de julho, feriados e datas festivas. “Nos meses de baixa temporada, oferecemos pacotes temáticos e promovemos semanas especiais, como a da Vitalidade e Bem Estar, com programação desenvolvida para o público da Melhor Idade, que contempla atividades como caminhadas, aulas de hidroginástica e ioga”, afirma a presidente da rede. O uso do parque aquático Blue Tree Park, que ganhou dois toboáguas no ano passado, é restrito aos hóspedes do hotel.  

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Tratamento das águas
De acordo com Chieko Aoki, a crise de abastecimento de água que atinge o Estado de São Paulo não afeta o resort; mesmo assim, diz ela, a rede se preocupa em evitar desperdícios. A água utilizada na unidade de Lins é captada por meio de um poço a 3,5 mil metros de profundidade. Após passar pelas piscinas, decanta em um grande lago e segue o fluxo natural para abastecer os rios e mananciais da região. O Thermas dos Laranjais, que capta água subterrânea em dois poços, mantém uma estação de tratamento de esgoto que processa 300 mil litros de água por hora. O líquido tratado é armazenado em duas imensas caixas d’água (uma delas aquecida), de 6 milhões de litros cada uma, para reutilização nas piscinas e no fornecimento de todo o complexo.

Já no Wet’n Wild, parque aquático que fica à beira da rodovia dos Bandeirantes, em Itupeva, a captação é feita em um lago de 35 mil metros quadrados existente na propriedade. “É provável que gastemos menos água do que uma casa, pois toda a água que usamos não sai do parque. É um sistema fechado, em que a água é tratada e filtrada a cada 40 minutos”, afirma Alain Baldacci, presidente do Wet. A prova de que não existe desperdício de água, segundo ele, estaria no fato de não ter havido diminuição no nível do lago durante a existência do parque, inaugurado há 16 anos.

O Wet’n Wild vem colecionando resultados positivos ano após ano, graças à adoção de algumas estratégias. Um dos novos pilares, como define o sócio Alain Baldacci, é o compromisso de entregar a cada temporada novas atrações (como o Vortex) e inovações (como um sistema de pulseira para os usuários vinculado a um cartão de crédito para facilitar pagamentos no parque). Outro pilar foi a diversificação de atividades, a exemplo da realização de shows de música e da criação de um centro de convenções, o White Pavilion, onde acontecem de feiras a casamentos. Outra estratégia foi aquecer a água de todo o parque, que, por conta disso, não fica mais fechado durante os meses mais frios do ano, como ocorria anteriormente. “Além disso, se o tempo mudar repentinamente, com a chegada de frio ou chuva, temos uma área de piscina com teto retrátil que se fecha totalmente em dois minutos”, explica Baldacci.

Com artifícios como esses, o Wet mais do que dobrou o número de visitantes, recebendo 488 mil pessoas no último ano operacional da empresa, que considera o período que vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte. O faturamento, por sua vez, cresceu cerca de 50% desde a revitalização, ultrapassando R$ 40 milhões. 

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