Como dar um bom golpe

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Opinião

Como dar um bom golpe

Eficiência das equipes de mídias sociais depende da agilidade em reagir e agir


22 de setembro de 2016 - 15h34

Um dos maiores jogadores de futebol do mundo da atualidade faz um inocente vídeo lançando-se como um cantor um tanto quanto desafinado. O post imediatamente vira o assunto do dia e atinge muitos compartilhamentos. Em seguida, um cantor popular faz um post sugerindo que o esportista coma um chocolate. Descobre-se, então, que tudo era parte de uma ação viral de uma marca de… chocolate! Ponto para ela, que pegou todo mundo de surpresa e tornou o seu slogan ainda mais conhecido.

Um famoso milk-shake deixa de ser exclusividade – e até então carro-chefe – de uma determinada rede de fast foods. A concorrente que a incorporou ao seu já conhecido portfólio de lanches aproveitou-se de uma janela e capitalizou o feito nas redes sociais. Imediatamente a primeira faz um post. Declara-se, assim, uma “guerra” de posts. O curioso é que uma terceira e uma quarta marcas veem na batalha das duas primeiras uma oportunidade e, assim, fazem, também elas, posts provocadores. Resultado: todas as quatro redes tiveram significativa exposição nas redes sociais e seus 15 minutos de fama.

Isso tudo aconteceu em apenas dois dias. Nas duas semanas anteriores, o tema que sacudiu as redes sociais foi o episódio de uma criança que morreu envenenada por um achocolatado. Acontece que até checar a esse veredicto, embora por um período relativamente curto, a empresa dona da marca foi considerada suspeita. Foram sete longos dias de agonia, até que ficou esclarecido que um comerciante, numa tentativa impensada de castigar o marginal que roubara o seu estabelecimento diversas vezes, inseriu veneno na caixinha do alimento. A marca, porém, foi hábil ao posicionar-se nas redes, de forma rápida, assertiva e eficaz. O desfecho para ela foi muito bom num cenário que poderia ter sido de difícil e até irreversível crise de imagem.

O que esses episódios têm em comum? A agilidade em reagir e agir, colocando as marcas nos trend topics do dia. Não posso deixar de ressaltar a eficiência das equipes de mídias sociais de tais empresas, que tiveram sensibilidade para tratar dos temas, alguns deles bastante espinhosos, dando leveza e alegria aos assuntos que as envolveram. Não dá para ficar blasé frente a isso, não é mesmo?

Tais equipes foram eficazes nas ações porque fizeram a lição de casa. Primeiro, na correta análise de cenário, seguida de um calibrado planejamento, a fim de garantir que o resultado das ações estivesse de acordo com o que os clientes delas esperavam. Fizeram, então, uma comunicação estratégica, alinhada aos objetivos dos clientes e sempre em linha com a estratégia estabelecida no planejamento. Claro que cada caso deve ser tratado de forma individual, única. Para empresas com pouca demanda online, baixo nível de engajamento com consumidores e geração de conteúdo mensal para uma rede social, uma tratativa. Para aquelas que estão um pouco à frente no processo, geração de conteúdo apropriado em linha com o propósito de expansão da presença online. Já quando esta presença se encontra em outro patamar, com gerenciamento mais complexo de redes sociais, criação de conteúdo multimídia, como gifs e vídeos. Por outro lado, se empresa já está no universo do SAC 2.0, um time completo de atendimento, com cobertura de eventos, monitoramento em tempo real, geração de conteúdo multimídia e muito mais. São apenas exemplos, claro.

Mas voltando ao episódio do jogador, numa semana em que a palavra golpe ainda está nas bocas e nas mentes de muitas pessoas, um “viva” à ação – que mostrou que é possível dar um bom golpe.

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