Análise: Innovation, mas pode chamar de For Good
Head de criação da The Zoo, do Google, Vinicius Malinoski avalia a categoria que mesclou coisas novas com propósitos contemporâneos
Análise: Innovation, mas pode chamar de For Good
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Meio & Mensagem
24 de junho de 2019 - 12h02
Vinicius Malinoski, head de criação da The Zoo, do Google
Coincidência ou não, todos os trabalhos mais premiados da categoria de Innovation em 2019 estão relacionados à saúde. Seja para ajudar pessoas com deficiência ou no diagnóstico de pessoas que possivelmente tiveram uma concussão, os projetos usam design e tecnologia para promover o bem.
Vejam os cases:
Grand Prix : See Sound : Wavio : Area 23, FCB Health Network Company, New York
Ouro – Changing the game : Microsoft : McCann New York
https://www.youtube.com/watch?v=CM2QJO2IDFo
Prata – #braillebricksforall : Fundação Dorina Norwill : Lew’Lara/TBWA São Paulo
Prata – Thisables : Ikea : McCann Tel Aviv
A outra tendência em comum que salta aos olhos entre os projetos é que todos tratam de inovações de produto. Seja um produto novo como o caso de See Sound, Changing the game e Braille Bricks, ou um adendo a produtos existentes, como no caso de Thisables da Ikea.
Eu diria que a categoria este ano resume bem o melhor da nossa profissão. É bonito ver profissionais da propaganda fazendo coisas tão relevantes e com um potencial tão grande de fazer o bem em escala. Os projetos podem ser adotados no mundo todo e até copiados para o bem, como no caso de Ikea. Fica a dica para Tok&Stok, Dellano, Oppa e todas as outras marcas do segmento.
A importância desses trabalhos é ainda maior, considerando que muitos se perguntam o real impacto da propaganda no mundo e questionam o sentido de nos reunirmos na Riviera Francesa para premiarmos a nós mesmos. Temos, nesta lista, bons exemplos de que Cannes pode jogar luz em projetos que merecem toda a atenção. Talvez Braille Bricks não tivesse sido produzida pela Lego não fosse o Leão que o projeto já havia ganhado. (Fica a nota de parabéns pela perseverança do pessoal da Lew’Lara.)
Por outro lado, acho que vale a reflexão de que talvez a categoria esteja um pouco focada demais em ações para o bem. Digo no sentido de ser muito difícil um trabalho de marca competir de igual para igual com projetos que ajudam os deficientes auditivos a escutar ou os deficientes visuais a aprender a ler. Essas causas são maiores e ofuscam os demais trabalhos.
Outro grande benefício de Cannes é dar aquele empurrãozinho em anunciantes e mostrar que vale a pena arriscar. Que eles podem e devem fazer mais com suas ações e verbas de comunicação. Para o bem das pessoas, definitivamente, mas gerar inovações dentro dos seus segmentos também merece, sim, premiação e valorização. Nada de grave, óbvio, mas vale ficar de olho.
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