Cannes quebra tabu da menstruação na categoria Glass
Campanha inglesa que toca do assunto leva Grand Prix; Brasil ganha Leões com vestido anti-assédio e campanha que pede respeito às gamers
Cannes quebra tabu da menstruação na categoria Glass
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Bárbara Sacchitiello
22 de junho de 2018 - 14h58
“Hoje, finalmente, me sinto à vontade para dizer e repetir a palavra menstruação na frente de todos vocês”, Foi assim que a presidente do júri de Glass, Madonna Bagder, fundadora da Badger & Winter – e uma das maiores ativistas da causa da equidade de gênero na indústria – abriu sua explicação sobre o Grand Prix da categoria durante a coletiva de apresentação dos vencedores de Glass.
A profissional se referia ao case “Bloodnormal”, que quebrou os padrões tradicionais das campanhas e conquistou o júri ao mostrar, de forma clara, sangue e dor como elementos normais do período da menstruação. “Esse trabalho trouxe uma mensagem muito pessoal a todos nós, pois certamente todos ficamos desconfortáveis ao falar sobre menstruação. As meninas jovens sentem vergonha do momento em que menstruam e isso acaba gerando situações de bullying. Ao apresentar a menstruação como algo normal, que é de conhecimento de todas as meninas e meninos, a campanha traz uma mensagem importante”, disse Madonna.
Participante do júri de Glass, o brasileiro Rafael Rizuto, fundador da TBD, disse que a equipe não teve dúvida em dar o Grand Prix ao trabalho assinado pela AMVBBDO, de Londres. “Na primeira vez que vimos a apresentação, todos sentiam que aquele era o Grand Prix. A escolha foi unanime pela força da mensagem. A partir dela, começamos a escolher os outros premiados”, disse Rizuto.
Vencedores brasileiros
O Brasil, que até então só tinha 1 Leão na história da categoria Glass (conquistado pela Ogilvy no ano passado), angariou outros dois troféus neste ano. O País foi premiado pelos trabalhos “#MyNameMyGame” e “Dress for Respect”.
A primeira delas recebeu Leão de Prata e foi criada pela Africa para a Vivo e convidou homens do universos dos games a se conectarem para jogar com nicknames femininos, para sentir na pele o que as jogadoras passam.
Já o “Dress for Respect”, que ganhou Leão de Bronze, foi uma ideia da Ogilvy para a Schwepps, que envolveu a criação de um vestido, composto por sensores, capazes de quantificar os toques indesejados que as mulheres recebem nas casas noturnas. A própria presidente do júri, Madonna, elogiiu a criação brasileira. “Esse trabalho é incrível porque toca na questão do assédio, que é um assunto muito importante e consegue mostrar às pessoas os problemas que as mulheres enfrentam nas casas noturnas. Quando temos números para falar de um assunto é mais fácil discutir o tema”, disse a presidente do júri.
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