Como as marcas podem atender o novo consumidor
Marketing deverá focar em atingir milhões com mensagens personalizadas
Como as marcas podem atender o novo consumidor
BuscarMarketing deverá focar em atingir milhões com mensagens personalizadas
Thaís Monteiro
25 de junho de 2021 - 15h27
O painel “The Why Behind The Buy: Global Insights on Consumer Behaviours”, oferecido pela OMD & OCG no Cannes Lions deste ano, entrevistou executivos de diversas empresas para entender como a pandemia impactou o consumo e mudou a forma como as marcas dialogam com o público alvo. O consenso geral foi de que ocorreu uma aceleração digital massiva e adoção mais natural de tecnologias como o QR Code, que antes era um recurso que os consumidores relutavam a aceitar. As diferentes geração recorreram da mesma forma para o digital, o que diminuiu o gap de digitalização. Porém, os mais jovens começaram a questionar que valores eles se alinham, o que tornou seu consumo mais voltado à tais princípios e criteriosos sobre como gastam seu tempo e dinheiro.
Para Eugene Lee, diretor de marketing regional do McDonald’s, antes o delivery representava até 5% das vendas e chegou a atingir 40 a 50% para muitas redes durante o pico da pandemia. Para Stephanie Thomas, Business Director da Haygarth,isso fez com que a publicidade, que antes era focada em awareness, pudesse focar em outras entregas, como consideração e ações, pois o consumidor digital já pode indicar melhor como o público chega à marca, por onde e por que.
O fator comum para todas as marcas foi que elas tiveram de se tornar consumer-centric, disse Guy Marks, CEO da OMD EMEA. Nesse mesmo tópico, Doug Milliken, VP de marketing da The Clorox Company, indicou que a empresa teve que mudar sua estratégia para que ela fosse consumer-centric em todas as pontas, desde o contato do consumidor com a marca até a satisfação das necessidades do mesmo, interferindo nessa jornada para ajudá-los em cada etapa da compra.
Tendo a experiência em mente, Bronwyn Patten, Senior E-Commerce Director da Pepsico, disse que a empresa começou a pensar no que o consumidor estava investindo seu tempo e, por isso, traçou estratégias alinhadas aos games e entretenimento, como foi o caso da bebida Mountain Drew, que vem construindo um posicionamento atrelado aos jogos eletrônicos.
A Hannah Emslie, Creative Director da Selfridges & Co, adotou o caminho da produção de conteúdo e experiências que não estão diretamente relacionadas com a marca, mas que atraem o consumidor e, assim, os fideliza, como quando ofereceram leituras de tarot no Dia dos Namorados ou a possibilidade de ligar para o Papai Noel no Natal. Jeannie Weaver, Vice President de Retail Marketing e Experiences, da AT&T, ressaltou que, apesar de os acessos serem fáceis no digital, ainda é necessário deixar as experiências para o consumidor simples e fáceis, pois é o que esse público tem buscado atualmente.
Um dilema do digital tem sido a coleta de dados. Para os executivos presentes no painel, as marcas devem indicar os benefícios que podem advir do público conceder à coleta de dados, como uma experiência personalizada. “Se eles entenderem porque você tá coletando seus dados, eles vão ser muito mais abertos a isso. E vamos conseguir entregar marketing mais relevante. Na Ásia temos muito consumidores que não consome carne e se você divulgar muito isso vai tornar ruim para esses consumidores”, disse o executivo do McDonald’s.
“Para mim, o dado conta a história do consumidor. Nos também somos humanos e consumidores, então temos que balancear esse uso. Deixe a voz do consumidor te guiar para a resposta certa”, apontou a executiva da AT&T.
Consumidor do futuro
Desafiados a fazer um exercício de futuro, a executiva da AT&T negou que o varejo está acabando e disse que ele está evoluindo para novas formas de consumo. Nessa nova dinâmica, as marcas vão integrar mais o digital e o físico, pois o consumidor não deixou de gostar de experiências físicas porque passou os últimos meses vivendo um mundo digital.
Para a executiva da Selfridges & Co, as experiências vão prevalecer e o consumidor vai se tornar mais fluido e críticos sobre como irá gastar seu tempo. E marketing vai continuar tentando entregar sua mensagem à milhões, mas de forma mais nichada e personalizada, indicou a executiva da Pepsico.
“Esse engajamento é a chave para o sucesso. As pessoas sempre vão querer ter novas experiências e encontrar novos produtos. As cidades, varejistas, governos tem que pensar juntos como fazer mais pessoas irem para as cidades”, apontou Sophie Daranyi, CEO do Ominicom Commerce Group.
Compartilhe
Veja também
Brasil sobe para a segunda posição no Lions Creativity Report
País ocupa segundo lugar depois de seis anos consecutivos na terceira colocação do relatório anual do Lions
Veja ranking atualizado das brasileiras mais premiadas na história de Cannes
Gut sobre da 19ª para a 14ª colocação; e, nos três primeiros lugares, a Almap acumula 276 troféus; a Ogilvy mantém 158 Leões; e a DM9, brasileira mais premiada em 2024, salta de 137 para 153 troféus