Eurofarma: das restrições regulatórias ao Grand Prix em Cannes

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Eurofarma: das restrições regulatórias ao Grand Prix em Cannes

Conheça o anunciante brasileiro que levou o prêmio máximo em Pharma, tem receita de R$ 8 bilhões e investe 8% disso em inovação


13 de julho de 2023 - 13h09

Uma ideia para minimizar um problema que atinge 89% das pessoas com Parkinson – a paralisia das expressões faciais – resultou na conquista do Grand Prix de Pharma na 70ª edição do Cannes Lions por um cliente brasileiro, a Eurofarma.

Isso porque o aplicativo “Scrolling Therapy” foi criado pelo anunciante com os escritórios da Dentsu Creative de Buenos Aires, Chicago e Nova York e apoio da Associação Brasil Parkinson. Ele estimula, por meio de IA, que os pacientes façam exercícios de expressão facial para interagir nas redes sociais Facebook e Instagram, integradas ao app e, com isso, retardar a progressão da paralisia.

E a configuração de agências que atendem a Eurofarma envolvidas no case sinaliza uma característica do que é, hoje, a empresa fundada em 1972 pelo imigrante italiano Galliano Billi e que em 2022 completou, portanto, 50 anos de história: além do Brasil, ela está presente em outros 22 países, tendo os EUA como um de seus focos principais no mercado internacional. Citando liderança em receituário médico, a companhia afirma, por isso, ter elevado em mais 26% “sua força de propaganda” em janeiro deste ano.

Sobre o reconhecimento máximo no maior prêmio de criatividade do mundo, sendo player de um segmento cuja comunicação é tão regulada, Marco Billi, vice-presidente comercial internacional e de empreendedorismo e digital da Eurofarma, pontua que estratégias de marketing e o fortalecimento de branding são importantes para posicionamento de mercado, “um dos maiores desafios dos players da indústria farmacêutica”.

Negócio em expansão

A companhia, que surgiu com a terceirização de medicamentos em um pequeno laboratório em Interlagos, bairro paulistano, atua, hoje, em todos os principais segmentos do ramo farmacêutico, como prescrição, genéricos, OTC e hospital e oncologia, atendendo 42 especialidades médicas, com 2,8 mil SKUs.

A alta de 13,3% nas vendas, registrada em 2022 sobre o ano anterior, é considerada “pouco abaixo” da média dos últimos 15 anos, que foi de 17%, e explicada por falhas na cadeia de abastecimento global. Ainda assim, a receita líquida da companhia, ano passado, foi de R$ 8 bilhões.

Entre os destaques recentes de negócios, a empresa aponta sua primeira aquisição no mercado norte-americano, a da Medimetriks Pharmaceuticals (que atua em dermatologia sob prescrição e é considerada ponto de partida para novas aquisições naquele mercado), e a construção, em andamento, de uma nova planta industrial em Montes Claros (MG), considerada um projeto “grandioso” e que deve permitir à empresa fôlego para um novo ciclo dos próximos 50 anos.

Inovação e desafios futuros

O investimento da Eurofarma em pesquisa e desenvolvimento, ano passado, ficou em R$ 590 milhões (7,4% da receita líquida e este ano estará na casa dos 8%). Além disso, a empresa possui mais de 600 pesquisadores e de 400 projetos no pipeline. Eles foram responsáveis por um número aproximado de 180 lançamentos ano passado. Outra frente de investimento é a open innovation. O Neuron, fundo de venture capital da Eurofarma, já possui oito empresas que criaram soluções para saúde investidas.

De acordo com Marco Billi, os investimentos em inovação estão no DNA da empresa e têm foco em projetos incrementais e na inovação radical. “Dentro de inovação, apostamos muito na dimensão digital, por meio da qual buscamos tecnologias para novos modelos de negócios e soluções para a saúde”, diz.

Ser cada vez mais reconhecida como uma companhia global, que oferece produtos competitivos e que melhorem a qualidade de vida das pessoas é a grande ambição da vencedora do GP de Pharma em Cannes.

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