F/Nazca fica com único Leão do Brasil em Film
Campanha para a Leica Gallery se destacou entre sete finalistas; Superhumans, do Channel 4 para os a Paralimpíada Rio 2016 levou o Grand Prix
F/Nazca fica com único Leão do Brasil em Film
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Roseani Rocha
24 de junho de 2017 - 16h04
De sete peças no shortlist da categoria que originou o Festival de Criatividade de Cannes – a de Film – o Brasil emplacou apenas um Bronze, com a campanha “Everything in Black & White”, da F/Nazca Saatchi & Saatchi para a Leica Gallery. Já nossos vizinhos argentinos, fazendo jus à sua cultura cinematográfica e televisiva, conquistaram seis Bronzes. Os Estados Unidos novamente demonstraram força arrebatando cinco dos 14 Ouros concedidos na categoria.
Erh Ray, sócio e co-presidente da BETC/Havas e jurado brasileiro em Film, conta que inicialmente ficou animado com os sete shortlists, mas infelizmente, as peças não atingiram a votação de 2/3 do júri para chegar aos leões. Ressaltou, no entanto, que o júri dessa categoria é sempre muito duro e este ano particularmente, porque todos os premiados atendem a um certo nível combinado entre todos os jurados. “É como safra de vinho, os produtores são os mesmos, mas às vezes as safras são diferentes”, disse.
Ele criticou, entretanto, o processo do pré-julgamento das peças, em que os jurados são divididos em três grupos de cinco e em um mês têm de assistir a 700 peças. Esse trabalho, ainda em seus respectivos países é feito, segundo Ray, com cuidado, mas mesmo assim num ambiente impróprio (no escritório, no fim do dia, em casa, com as interferências do dia a dia). Isso faz com que peças com potencial para shortlist possam eventualmente ficar fora da disputa.
Foi o que quase aconteceu com a campanha Beyond the Money, da MRM McCann de Madri, para o Banco Santander, que não estava na “long list” e foi puxada de volta por Erh Ray para a disputa, como shortlist já em Cannes (cada jurado poderia fazer isso com uma campanha). O filme acabou levando Leão de Ouro e também foi o Grand Prix em Entertainment.
O Bronze para a campanha da F/Nazca (veja o filme abaixo) foi unanimidade, segundo Erh Ray, e ele também considerou o desempenho do Brasil bom. “Não foi excelente, mas nunca foi nessa categoria, exceto pelo GP conquistado há dois anos”, disse em alusão à campanha “100”, também da F/Nazca Saatchi & Saatchi para a Leica.
O brasileiro atribuiu o desempenho do Brasil também ao contexto difícil de mercado vivido pelo País nos últimos anos. Já sobre a reclamação quanto ao processo de pré-julgamento, afirmou ter conversado com Nizan Guanaes, que foi jurado em Titanium e Integrated, e com o próprio CEO do festival, José Papa.
Grand Prix
“We’re the superhumans”, da Blink Productions do Reino Unido, para o Channel 4, para os jogos paralímpicos Rio 2016, juntou uma série de atributos, segundo o presidente do júri, Pete Favat, CCO da Deutsch North America.
Segundo Fava, o filme reúne atributos como ousadia, diversidade e igualdade de gênero, além de resgatar o orgulho das pessoas com deficiências físicas. “Poderíamos ter escolhido um GP off-line e um online, mas a campanha Superhumans tem as duas coisas”, pontuou.
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