Jay Shetty e o propósito transformacional massivo
O autor e podcaster falou sobre a importância das marcas e pessoas encontrarem o seu verdadeiro propósito e sobre como cada pessoa tem o seu valor
Jay Shetty e o propósito transformacional massivo
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Amanda Schnaider
18 de junho de 2024 - 14h02
Em apenas 30 minutos, na manhã desta terça-feira, 18, o autor de best-sellers, ex-monge e apresentador do podcast On Purpose, Jay Shetty, realizou uma reflexão muito profunda sobre como as marcas podem colocar propósito no centro de seu relacionamento com os consumidores para causar um impacto positivo no mundo.
“Percebi que à medida que crescemos como marcas e como criadores, é realmente fácil nos tornarmos menos pessoais, menos conectados, menos intencionais e com menos propósito”, pontuou. O autor ressaltou que conforme os creators e marcas crescem, fica cada vez mais difícil sustentar um nível de conexão com os fãs e consumidores, do ponto de vista de escala.
Entretanto, Shetty se mantém esperançoso. Ele acredita que a energia, intenção e espírito podem ser levados com as pessoas para sempre. “E esse é o verdadeiro propósito”, salientou.
Para elucidar melhor seu pensamento sobre como o propósito é importante para os consumidores ao escolherem uma marca, o autor apresentou alguns dados. Uma pesquisa da Cone/Porter Novelli mostrou que 66% das pessoas mudariam de um produto que compram frequentemente para um novo produto de uma empresa com propósito. Quando Millennials foram entrevistados esse valor subiu para 91%. “É interessante pensar que mudaríamos com base no propósito”.
Outro dado apresentado pelo autor foi de um estudo da Sustainable Brands e Harris Poll, que diz que 80% dos indivíduos afirmam que são leais às marcas que os ajudam a viver uma “vida boa”, que é definida por quatro componentes principais: equilíbrio e simplicidade; significado e conexões; dinheiro e status; e realização pessoal.
Para Shetty, essa constatação amplia o significado de propósito. “O propósito muitas vezes pode ser ilusório, pode ser intangível”, disse. No entanto, na sua visão, o conceito é simples: “Como você e seu conteúdo melhoram a vida de alguém?”
Ainda com relação à lealdade dos consumidores, a mesma pesquisa da Cone/Porter Novelli mostrou que 73% dos consumidores estão dispostos a defender uma marca com um propósito, mesmo que ela esteja sendo alvo de uma discussão negativa. Na visão de Shetty, esse dado mostra que as pessoas ficam genuinamente conectadas e leais quando reconhecem que há um valor autêntico por trás da marca com a qual querem trabalhar.
O autor também trouxe outro dado de pesquisa, do The New York Times, que mostra que ao consumirem um conteúdo, cinco sentimentos principais surgem nas pessoas: aventura, negatividade, humor, inspiração e surpresa. “Então, quando você olha para o seu conteúdo, quando tenta descobrir se ele está funcionando, se tem propósito, pergunte a si mesmo: isso está fazendo as pessoas sentirem?”
Shetty ainda apresentou à plateia um novo conceito que orienta os negócios de grandes empresas, como Google, Facebook, Airbnb e Uber. O conceito é o massive transformational purpose (MTP, ou “propósito transformacional massivo”, em tradução livre), que vem do livro Organizações exponenciais: por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua, da Singularity University.
Para explicar o conceito, Shetty preferiu citar exemplos. Segundo o autor, o propósito transformacional massivo do Google é “organizar a informação do mundo” e o do TED Talks é “ideias que valem a pena compartilhar”.
“Como criador, tem dias em que todos os seus vídeos chegam a 100 milhões de visualizações e tem dias em que todos os vídeos têm apenas dez visualizações. Haverá momentos em que tudo estará a seu favor, e outros em que tudo parecerá estar contra você. E é o seu MTP que o mantém honesto, focado, dedicado e determinado”, complementou. Nesse sentido, Shetty enfatizou que toda marca que é amada, claramente sabe o seu propósito transformacional massivo.
Para mudar do propósito de marca para propósito das pessoas, o autor proporcionou um momento de leveza e descontração no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, realizando uma dinâmica com os presentes em seu painel, que aconteceu no Terrace, espaço amplo e ao ar livre no Palais.
Shetty pediu para todos se levantarem e dividiu a plateia fisicamente em quatro grandes grupos de acordo com suas respostas para as seguintes, perguntas: “Você é mais extrovertido ou introvertido? Você é mais focado nas pessoas ou nas tarefas?”.
Os grupos foram: extrovertidos e focados em pessoas, extrovertidos e focados em tarefas, introvertidos e focados em tarefas e introvertidos e focados em pessoas. Segundo Shetty esses são quatro tipo principais de personalidade, mas que podem ser divididos em 16 e até em 64, se quisesse ser mais específico.
As pessoas extrovertidas e focadas em tarefas são os “fazedores”; os extrovertidos e focados em pessoas são influenciadores, inspiradores, persuasivos; os introvertidos e focados em tarefas são calculistas; já os introvertidos e focados em pessoas são estáveis, solidários e emocionalmente inteligentes.
O autor usou esse exercício dinâmico para mostrar que dentro de um grupo grande de pessoas, há diferentes personalidades e que tentar se encaixar em outra personalidade não faz sentido. Ele ainda enfatizou que todo mundo tem o seu valor e que todos os valores são importantes na equação da vida.
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