Aos 45 anos, DPZ tem rumo indefinido
Celeiro criativo brasileiro, agência comemora último aniversário tendo Duailibi, Petit e Zaragoza como sócios
Celeiro criativo brasileiro, agência comemora último aniversário tendo Duailibi, Petit e Zaragoza como sócios
Meio & Mensagem
1 de julho de 2013 - 3h14
Nesta segunda-feira, 1°, a DPZ, um dos maiores ícones da publicidade brasileira, completa 45 anos. O aniversário veio acompanhado do anúncio da criação de uma nova unidade de negócios, focada em soluções de comunicação e inteligência de mercado voltada para o setor imobiliário. A área será comandada por Karina Oliva Taliberti. Para conseguir criar estratégias eficazes, a agência irá usar 21 softwares que cruzam dados demográficos, regionais e de consumo, dentre outros.
Apesar da nova frente de trabalho, a agência vive um período de incertezas sobre seu futuro. Este deve ser o último aniversário da agência tendo seus fundadores como sócios. Em dezembro, Roberto Duailibi (77), Francesc Petit (79) e José Zaragoza (83), venderão os 10% que cada um detém desde que o controle acionário da agência passou às mãos do Publicis Groupe, em julho de 2011, numa transação estimada em US$ 120 milhões.
O destino da DPZ, dos sócios e do CEO Flavio Conti (há 41 anos na casa) ainda é uma incógnita. “Propaganda é uma coisa muito dinâmica, não dá para traçar planos do que se vai fazer. Devemos aguardar o final do ano, ver o que nós resolvemos com o Publicis Groupe e tomar uma decisão. Fala-se em fusões com outras empresas, fala-se da DPZ ser mantida em voo solo”, pondera Conti. “Pode acontecer muita coisa. Acredito que do dia a dia da operação eles (Duailibi, Petit e Zaragoza) devem sair. Mas o DNA, a filosofia de trabalho que essa empresa implementou, será mantida”, aposta.
Entre as possibilidades ventiladas neste momento está a ascensão do atual chief operating officer (COO) Tonico Pereira a CEO, num processo preparatório que vem sendo conduzido por Conti. Esse cenário torna incerta a permanência de Duailibi, Petit e Zaragoza na agência.
Hoje, a DPZ é 23ª maior agência do País, com compra de mídia de R$ 292 milhões. Está atrás de outras empresas do Publicis Groupe no Brasil, como F/Nazca S&S (nona), Neogama/BBH (décima), as agências da rede Publicis Brasil (12ª), Leo Burnett Tailor Made (14ª) e Talent (17ª). A pulverização de empresas — e a chance de otimizar custos operacionais — são os principais argumentos que suscitam a possibilidade de fusão entre a DPZ e outras dessas agências.
Uma das possibilidades aventadas quando o Publicis Groupe assumiu o comando da agência, em 2011, era a adição da DPZ à rede Saatchi & Saatchi, uma das três grandes pertencentes à holding francesa — as outras são Publicis e Leo Burnett. O reporte à S&S ocorreria a partir de 2014, após a saída dos fundadores da DPZ. No início de 2012, a informação foi confirmada a Meio & Mensagem por Kevin Roberts, CEO global da S&S. “A DPZ tem uma das melhores histórias da publicidade no Brasil, o que me deixa muito interessado na chegada da agência ao nosso grupo. Aos poucos, estamos nos aproximando com a intenção de, juntas, criarmos um novo caminho”, comentou. Também fazem parte da S&S no Brasil a F/Nazca S&S e a Saatchi X, esta última especializada em shopper marketing.
Enquanto são sócios, os três fundadores integram o board da agência com outros seis profissionais: o CEO Conti (que preside o conselho) e cinco representantes do Publicis Groupe. Por ora, ninguém fala em aposentadoria depois da venda da participação na agência. “O Petit queria ficar”, diz Zaragoza. “E eu não pretendo sair. Se quiserem que fique, eu fico. Moro perto daqui e daqui vou para meu estúdio. Diverte-me vir aqui. Gosto de brincar com o pessoal.”
Duailibi é o único que acena com a possibilidade de sair completamente da DPZ — e assumir desafios em outras searas. “Tenho um sentimento de missão cumprida e vejo esse momento com muita alegria, até”, avalia. “Passo a esperar que a data chegue. É um ciclo que se encerra.” Sobre um aspecto, no entanto, não há dúvidas. Qualquer que seja o futuro da DPZ, permanecerá impassível o legado que Duailibi, Petit e Zaragoza deixam para a publicidade brasileira.
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