Como ampliar a presença de PCDs na área de criação?

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Como ampliar a presença de PCDs na área de criação?

Publicitários Hugo Nery e Will Rodrigues criam a Talenton, plataforma que visa conectar profissionais do mercado a empresas e aumentar a oportunidade desse grupo de pessoas


23 de fevereiro de 2024 - 15h02

PCDs criação

(Crédito: Divulgação)

Hugo Nery, redator da Lew’Lara\TBWA, é uma pessoa com deficiência e, ao longo da carreira, praticamente não conviveu com outros profissionais como ele. Will Rodrigues, diretor de arte da MGNT, conheceu apenas três pessoas com deficiência dentro de agências pelas quais passou ao longo dos 13 anos em que trabalha no mercado publicitário.

Dessa combinação entre a vivência de uma condição com a percepção de falta de diversidade ao redor, os dois publicitários e colegas criaram o projeto da Talenton, uma plataforma que visa ampliar as oportunidades de pessoas com deficiência na área de publicidade.

“Sempre vi pouquíssimos PCDs em meu convívio diário. Na minha época de escola, faculdade e quando cheguei ao mercado de trabalho, foi a mesma coisa”, relembra Hugo Nery. “Então, sempre tive a vontade de fazer algo que ajudasse outros PCDs a serem inseridos na sociedade e o Talenton é fruto dessa vontade. Além de acreditar que é nesse mercado que muitos conceitos são criados e pré-conceitos destruídos”, conclui.

“Presenciar de perto o crescimento do Hugo foi a maior inspiração pra esse projeto, sendo o pontapé inicial para promover uma maior inclusão de PCDs no mercado criativo”, complementa Will Rodrigues.

Talenton: como os profissionais PCDs podem se inscrever?

Por enquanto, a plataforma está aberta apenas para o cadastro de profissionais que atuam na área de criação. Os criativos, que sejam pessoas com deficiência, podem preencher um cadastro de forma gratuita e passar a fazer parte do banco do Talenton.

A dupla criadora do projeto diz que a ideia é ampliar o cadastro para todas as áreas, não apenas considerando os cargos existentes em agências, mas também contemplando funções como diretores e influenciadores.

Isso, por enquanto, ainda levará um tempo para ser feito, uma vez que o foco de Hugo e Will, agora, é tornar a plataforma adaptada e 100% acessível para ser utilizada por pessoas com deficiência visual.

Will Rodrigues destaca as agências e empresas podem se tornar parcerias do Talenton oferecendo oportunidades de empregos e vagas para os cadastrados. Além disso, ele diz que elas podem criar programas internos de inclusão de PCDs, com aulas ministradas por profissionais da própria agência, a fim de formar futuros criativos.

Na opinião de Hugo, a melhor forma de as empresas já contribuírem com o projeto é dar oportunidade e os recursos necessários para extrair o melhor de profissionais com deficiência, inclusive adaptando os escritórios para recebê-los.

“Talento nunca faltou e não faltará. E, falando especificamente da criação, onde quanto mais repertório de vida, mais ideia boa existe, o repertório de nós, PCDs, é imenso. Tive a sorte de passar por lugares que sempre me respeitaram, ouviram e chefes que deram oportunidade de mostrar meu talento’, conta.

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