Conar pune campanhas de Oi e Del Valle

Meio & Mensagem
17 de maio de 2013 - 5h38

A reunião do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária realizada no Rio de Janeiro na quinta-feira 18 puniu campanhas da Oi e da Del Valle (marca de sucos pertencente à Coca-Cola).

No caso da operadora, a campanha em questão anunciava ofertas especiais para pacotes de canais de conteúdo adulto no Dia Internacional da Mulher e fazia alusão que, para uma consumidora, iria contra a valorização do gênero feminino. O banner veiculado no site da Oi TV mostrava a apresentadora Bianca Jahara, do canal Sexy Hot, e era acompanhado da frase “Nesse Dia Internacional da Mulher, elas vão conquistar mais um espaço: a sua TV”.

O relator do processo decidiu pela sustação da campanha, por considerar inapropriado associar o Dia Internacional da Mulher a um canal de programação adulta para homens –quando, segundo escreveu, “a ideia da data é justamente celebrar as conquistas da mulher”, e não reforçar o papel de objeto sexual. A decisão foi tomada por unanimidade de votos.

Já no caso dos sucos Del Valle Kapo, uma consumidora de Santa Catarina considerou que os termos apresentados mereciam ser revistos porque o anúncio informava que “é suco de fruta de verdade”, “não tem corante nenhum” e que tem as “mesmas calorias de uma maçã”. Isso, somado à ambientação da peça num pomar, daria a ideia de que se trata de um produto natural – embora o suco contenha açúcar e acidulante, por exemplo.

O Conar considerou, ainda, que “a legibilidade das informações não era de boa qualidade” para que o consumidor pudesse se informar a respeito disso. O anunciante se defendeu dizendo que, no comercial, não diz que o suco é 100% natural ou integral – mas que há suco de verdade na fórmula, o que é verdade. O voto da relatora diz que o “anuncio não é enganoso, mas merece algumas ressalvas quanto à afirmação de que foi feito com fruta de verdade” e que os letterings precisam ficar mais claros – além disso, afirmou que o suco tem, sim, mais calorias que uma maçã. A campanha foi condenada a alteração e a marca foi advertida, para que em campanhas futuras leve esses aspectos em consideração.

Trabalho infantil
Já uma denúncia contra o comercial “Informação 3”, da Talent para a Ipiranga, que considerava haver insinuação de trabalho infantil foi arquivado. A denúncia foi movida pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos, baseado no Rio de Janeiro. A entidade considerou que o filme poderia difundir o trabalho infantil porque a criança que protagoniza a peça aparece mexendo num cesto e é quem dá informações ao outro personagem (assista abaixo). Ipiranga e Talent se defenderam negando a insinuação e considerando se tratar de uma interpretação enviesada do comercial. O voto do relator acolheu tal tese e o caso foi arquivado por unanimidade.