E agora, Mark Zuckerberg?
Meio & Mensagem consultou alguns nomes do mercado publicitário para descobrir qual deve ser o próximo passo do Facebook em relação à consolidação das marcas
Meio & Mensagem consultou alguns nomes do mercado publicitário para descobrir qual deve ser o próximo passo do Facebook em relação à consolidação das marcas
Meio & Mensagem
18 de maio de 2012 - 6h28
O Meio & Mensagem consultou alguns profissionais do mercado publicitário para descobrir qual deve ser o próximo passo do Facebook em relação à consolidação das marcas, nessa nova fase capitalizada. A companhia realizou a maior oferta pública de ações de uma empresa de internet até agora e ultrapassou empresas como a GM (IPO de US$ 15,8 bilhões em 2010) e Google (US$ 1,9 bilhão em 2004).
Em contrapartida ao IPO da rede social, a GM retirou toda sua verba para anúncios relacionados à rede, o que fomenta a discussão: será que o Facebook precisa trazer mais respostas a respeito da eficácia da mídia social como plataforma publicitária?
Acompanhe a opinião dos especialistas:
– Fabio Saad – diretor de mídia online da DM9DDB
“Estar presente no Facebook é importante para reconhecimento da marca e branding. Sou a favor das empresas participarem da rede para tornar positivo esse reconhecimento, já que, estando presentes ou não, as pessoas irão comentar sobre a marca por lá. É uma via de mão dupla. O Guaraná Antarctica, por exemplo, fala com o público pelo Facebook. Se gera receita ou não, não dá para saber. O que vale é que no Facebook as pessoas estão se engajando com a marca”.
– Roberto Grosman – sócio da FBiz e responsável por canais e engajamento da agência
“Basicamente duas coisas mudam para o Facebook depois do IPO: mais cobrança e mais dinheiro. Agora terá muitos ‘sócios’, além da atenção de analistas e regras complicadas a seguir. E também terá de divulgar muito mais informações – remuneração, aquisições, investimentos relevantes. Por outro lado, a empresa terá muito mais poder para aquisições – o que tem feito em volume e qualidade bastante grande. Além de dinheiro em caixa, o valor da empresa torna muito mais fácil fazer aquisições de porte, o que para uma empresa que concorre com Google, Microsoft, Apple, é fundamental. Acho que o Facebook precisa, sim, investir bastante em formatos e modelos de demonstrar a eficiência de sua mídia e plataforma. O que eles precisam demonstrar – e estão investindo em pesquisas e ferramentas para isso – é que o relacionamento entre as marcas e públicos que acontecem no Facebook criam awareness, preferência e lealdade às marcas”.
– André Fonseca – CEO da empresa mineira Dito
“Após se confirmar como um dos maiores bilionários do mundo, Mark Zuckeberg tem agora a obrigação de mostrar aos investidores que o Facebook tem condições de continuar crescendo sua base de usuários e ampliar seus formatos de geração de receita. O primeiro grande desafio é fazer com que as pessoas interajam com os anúncios na versão móvel da rede social. Hoje, mais da metade dos 900 milhões de usuários ativos acessam a rede através do celular e o Facebook já começou a testar novos formatos para que não haja queda na receita. As mídias sociais permitem uma segmentação geolocalizada e por interesses como nenhuma outra mídia e parte do trabalho da equipe do Facebook será educar o mercado publicitário em como tirar proveito disso”.
– Lucas Mello – CEO da LiveAD
"O Facebook foi criado como uma plataforma de relacionamento entre pessoas e acabou virando um território das marcas. O tipo de interação publicitária apresentado pela rede social é novo e já mostrou evolução de um tempo para cá, como as histórias patrocinadas. Outros tipos de evolução acontecerão e já há, por exemplo, casos de empresas usando o Facebook para vender produtos. Vale lembrar que a ferramenta tem pouco mais de seis anos e quase um bilhão de usuários. A decisão de tirar a verba publicitária representa deixar de aprender mais sobre a mecânica publicitária de um meio que atinge boa parte da população mundial. Ainda mais em um momento em que o segredo é a integração de mídias. Em outras palavras, equivale a sair de um jogo que está ainda no começo. A volta depois pode ter um preço alto."
– Abel Reis – presidente da AgênciaClick Isobar
“Fora o fato de o Facebook estar bem capitalizado, após o IPO cresce o nível de atenção que o mercado e os investidores vão dar ao atingimento das metas e a rentabilização da base de usuários que eles têm. Em relação à GM, essa experiência não pode ser generalizada. A AgênciaClick Isobar tem uma experiência diferente no Brasil”.
– Mentor Muniz Neto – sócio e VP de criação da Bullet
“Acho que uma mudança positiva é o fato de abrir o Facebook para os anseios de uma comunidade maior. Antes do IPO, a liderança de Zuckerberg era inquestionável e as decisões eram tomadas de forma autoritária. Talvez agora, ao abrir para o mercado, a evolução do Facebook seja mais democrática. Sobre a GM, acho que a afirmação/decisão foi específica para as necessidades daquele cliente. Estou certo que o Facebook saberá defender-se e demonstrar para qual modelo de anunciante ele apresenta resultados reais. De qualquer maneira, acho que a atitude da GM é positiva para que incendiar um debate que definitivamente precisa acontecer. Não acho que ‘anunciar no Facebook não dá resultado’. Acho que, como todas as mídias hoje em dia, para se conseguir resultados expressivos, mais do que simplesmente ‘anunciar’, é fundamental montar um plano de ações e ativações consistente”.
Colaborou Lena Castellón.
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