Eduardo Axelrud
22 de novembro de 2011 - 4h32
Comecei a assistir ao seriado Mad Men.
Confesso que demorei para tomar a decisão de começar a acompanhar. Os boxes das duas primeiras temporadas comprados na Páscoa ficaram 6 meses lacrados na estante lá de casa.
Talvez fruto do trauma de 5 anos acompanhando o Lost para ver toda a energia que coloquei naquelas discussões tensas após cada episódio sendo pisoteada e desconsiderada pelos roteiristas e produtores no “series finale” mais cachorro da história da TV mundial. (Um dia ainda falaremos sobre isso, caro leitor).
Voltemos ao Mad Men. No momento em que escrevo, estou no início da segunda temporada, naquele episódio em que acontece a queda de um avião. (olha o fantasma do Lost…). E já deu pra perceber que meus temores eram infundados, pois existe uma diferença básica entre os dois seriados.
No Lost, cada episódio era uma profusão de acontecimentos e informações novas que deixavam o espectador mais e mais nervoso. Se eles se davam ao luxo de resolver um mistério no começo de um episódio, geravam mais cinco até o minuto final.
Já no Mad Men, é o contrário. Não acontece nada em nenhum episódio. Eles conversam, se reúnem, observam, ficam em silêncio. Fumam, bebem, comem a secretária. E era isso.
Ao final de cada episódio de Lost, meu maior desejo era conversar com alguém, confabular, trocar teorias, achar explicações. Horas foram dedicadas em fóruns na internet.
Com o Mad Men não. O episódio acaba e a gente fica quieto. Impactado de um outro jeito, remexendo lá dentro o que aconteceu e o que não aconteceu – já que, como eu falei há pouco, na maioria das vezes não acontece nada. E como é boa essa falta de ação.
O pessoal que está mais avançado na série já me disse que mais na frente no seriado começam a acontecer mais coisas. Pode até ser. Mas sei que não teremos escotilhas, viagens no tempo nem homens imortais. Não importa, O seriado me fisgou.
E essa é a qualidade desses seriados americanos. Por mais diferentes que sejam, são campeões em gerar expectativa. E deixar a gente louca para assistir ao próximo episódio.
Eduardo Axelrud é diretor nacional de criação da Escala
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