Competições abrangentes
Patrocinadores, desenvolvedores e entidades criam campeonatos e ações para incentivar a inclusão no universo dos games
Patrocinadores, desenvolvedores e entidades criam campeonatos e ações para incentivar a inclusão no universo dos games
Meio & Mensagem
11 de outubro de 2021 - 11h20
Além de campeonatos voltados para mulheres, existem torneios exclusivos para o público LGBTQIA+, como a Pride Cup, criada pela Gamers Club, que chega a terceira edição em 2021. Marcado para acontecer de 9 a 14 deste mês, o campeonato tem como principal objetivo dar visibilidade à comunidade e minorias dentro dos esportes eletrônicos. Além disso, em parceria com Olga Rodrigues, o torneio arrecada fundos para a Casa1, ONG que atua com acolhimento da comunidade LGBTQIA+ em vulnerabilidade.
As marcas também estão buscando transformar o mercado gamer num ambiente mais inclusivo. Um exemplo de empresa que apoia a diversidade nos games é a Mentos, pertencente à Perfetti Van Melle. Em parceria com a Druid, a marca estreou no mundo gamer com uma campanha que tem o intuito de romper barreiras e trazer um novo olhar para o segmento, enfatizando a diversificação do universo dos jogos nos últimos anos e incentivando que as pessoas abracem perfis variados de jogadores. Dessa forma, para fugir do óbvio e dar um refresh em todos os rótulos, Mentos convidou oito influenciadores para competirem entre si e mostrarem suas diferentes personalidades. Em setembro, a companhia promoveu um talk show com cada um dos integrantes, apresentado por Cid Cidoso, do canal Não Salvo. Já neste mês, deu início ao Mentos Refresh League 2021, lives com duplas compostas por um streamer e uma celebridade para ver quem é melhor no game. A marca entra, ainda, no universo do Cidade Alta, maior servidor brasileiro de GTA, com mídia out-of-home. “Para Mentos, enquanto tem esse machismo e discurso tóxico rolando no cenário, também tem um movimento de vários gamers e streamers da comunidade LGBT fazendo conteúdo e ajudando a mostrar esse novo gamer, ajudando a mostrar que gaming pode ser um cenário mais diverso, um lugar que abraça todas as tribos”, afirma Bruna Pastorini, diretora da Druid.
Assim como Mentos, a Twitch está investindo na promoção da diversidade e da inclusão. A plataforma de streaming fechou parceria com o Itaú Unibanco para lançar o projeto #FeitoComTodes. O canal tem uma programação de lives para promover, de forma perene, a valorização da diversidade, a disseminação de boas práticas no chat e a presença segura da comunidade LGBTQIA+ no universo de eSportse tecnologia. Fazendo uma alusão ao novo posicionamento do banco, o projeto é baseado no evento original Twitch Paratodes, que ocorreu ao longo de 2020, com o objetivo de destacar criadores e incentivar o debate e a inclusão. Esse canal também faz parte das iniciativas do Itaú paramaterializar a estratégia da plataforma #IssoMudaOGame, que busca contribuir para o desenvolvimento do universo gamer por meio de iniciativas de impacto social.
Por falar em iniciativas de impacto social, além de promover eventos voltados às mulheres, a Riot Games tem grupos de identidade, liderados pelos próprios funcionários, que trabalham junto com as equipes de desenvolvimento de produtos para construir experiências para os jogadores. “Esses grupos também nos ajudam a contribuir para a sociedade através do nosso fundo de impacto social. Através desse fundo, conseguimos investir em estúdios de desenvolvimento liderados por minorias”, revela Priscila Queiroz, head de publishing da Riot. Um desses grupos é o Rainbow Rioters, focado na comunidade LGBTQIA+, que trabalhou em colaboração com as equipes de desenvolvimento e de marketing para fazer a ação do Pride, que foi um momento em junho, Mês do Orgulho LGBTQIA+, em que a companhia promoveu várias ativações dentro e fora dos jogos, para que os jogadores pudessem expressar suas identidades.
Acessibilidade
A última grande campanha da Riot foi a dos Sentinelas da Luz, que contou com um minidocumentário no qual a companhia destacou alguns projetos do Brasil, como o Wakanda Streamers, focado em criadores de conteúdo e streamers negros; o Projeto Fierce, que trabalha com a comunidade LGBTQIA+; a Suuhgetsu, tradutora de libras que trabalha bem próxima da desenvolvedora; e a Sakuras eSports, organização que tem o intuito de melhorar o cenário de eSports para as mulheres.
Para se ter uma comunidade mais inclusiva, é preciso considerar todos os corpos, mentes, gêneros e orientações sexuais. Dessa forma, as pessoas com deficiência também precisam estar representadas. Aproveitando que em 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, o Banco do Brasil lançou uma live especial no seu canal da Twitch e disponibilizou QR Code para doações diretamente à AbleGamers Brasil, instituição que dá visibilidade às pessoas com deficiência (PCDs) nos jogos eletrônicos. Com apresentação de David Tavares, host oficial do #TamoJuntoNesseGame, o evento online contou com bate-papo sobre inclusão e acessibilidade, gameplay e participações especiais do streamer Gaules, integrante do Squad BB, e dos streamers parceiros da ONG Fabrício SDW e Lais Faccin.
A AbleGamers, organização social estadunidense que tem atuação global focada na causa da acessibilidade gamer, chegou oficialmente ao Brasil em julho deste ano. Christian Bernauer, sócio fundador da AbleGamers Brasil, explica que a organização trabalha a inclusão, seja através de controles adaptados, fazendo doações, desenvolvendo controles especiais e atuando junto aos desenvolvedores de jogos para que eles criem jogos cada vez mais acessíveis. “Nosso trabalho não vai só na questão de tornar o jogo mais acessível, mas de tornar as pessoas com deficiência mais visíveis no mundo do videogame, dar espaço e voz para ela, porque só com o diálogo vamos conseguir achar uma solução”, ressalta
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