Antonio Lucio, CMO do Facebook, deixa a companhia
Contratado no final de 2018, o executivo ficou encarregado de ajudar o Facebook a reconstruir sua imagem fragmentada
Antonio Lucio, CMO do Facebook, deixa a companhia
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BuscarContratado no final de 2018, o executivo ficou encarregado de ajudar o Facebook a reconstruir sua imagem fragmentada
*Por Garett Sloane, do AdAge
Antonio Lucio, CMO do Facebook, anunciou que deixará a rede social após um mandato difícil. Lucio revelou sua renúncia em um post no Facebook nesta sexta-feira, 21. “É um momento de acerto de contas para a nação e para a minha indústria e é hora de eu desempenhar um papel mais ativo na aceleração da mudança”, escreveu o executivo no post, afirmando que seu último dia de trabalho será 18 de setembro.
“Antonio fez um trabalho incrível contando nossa história durante um período de transformação para a empresa”, disse o Facebook em um comunicado por e-mail. “Somos gratos por suas grandes contribuições e desejamos boa sorte em seu próximo capítulo”.
O Facebook está tentando sair de uma espiral descendente, pela qual muitas vezes é considerado uma empresa perigosa pelos críticos, que estão preocupados com os efeitos da rede social no discurso civil. Em julho, a empresa enfrentou um boicote publicitário de marcas organizadas por grupos de direitos civis. Chamado de “Stop Hate for Profit” (Pare de lucrar com o ódio, em português), o movimento colocou o Facebook como uma plataforma exclusivamente tóxica que permitia o discurso de ódio.Lucio se absteve da resposta pública do Facebook ao boicote que surgiu na sequência dos protestos em massa em apoio à justiça pelo assassinato de George Floyd. A HP, onde o executivo atuou anteriormente como diretor de marketing, até se juntou ao boicote.
O ex-CMO do Facebook ficou conhecido ao longo dos anos por pressionar por mais responsabilidade na mídia digital, antes mesmo de ingressar na companhia. Nascido na Espanha e criado em Porto Rico, Lucio tem a reputação de ser um defensor ferrenho da diversidade. Na HP, ele pressionou suas agências a incluir mais mulheres e pessoas pretas em posições de liderança sênior.
Os grupos por trás do boicote ao Facebook pediram que a plataforma contratasse um executivo negro com forte experiência em direitos civis. O Facebook se recusou a comentar se seu novo CMO, quando eventualmente contratado, se encaixaria nesses critérios.Em seu post no Facebook, Lucio mostrou interesse em ver mais representação na indústria e disse que dedicaria o resto de sua carreira ao assunto. Lúcio não definiu o próximo passo que tomaria.
“Dado o ponto de inflexão histórico em que nos encontramos como país em relação à justiça racial, decidi dedicar 100% do meu tempo à diversidade, inclusão e equidade”, declarou em sua despedida.
O executivo foi contratado no final de 2018 e encarregado de ajudar o Facebook a reconstruir sua imagem fragmentada, com o objetivo de reconstruir a confiança. Lucio foi um CMO altamente conceituado na HP, antes de entrar no Facebook.
Em entrevista ao Ad Age no ano passado, o executivo comentou: “O que vocês verão de nós a partir de agora é muito mais uma batida regular em todo o progresso que estamos fazendo”, e completou: “Precisamos ter certeza de que somos participantes da maneira como nossa história é contada e não apenas do final”.Lucio, então, começou a trabalhar para reformular a empresa, chegando a liderar um comercial do Super Bowl este ano.
A empresa tentava restabelecer a marca após as turbulências de 2016, quando a eleição nos Estados Unidos ajudou a semear a desconfiança sobre o serviço. O Facebook estava lidando com as consequências da Cambridge Analytica, a empresa de dados que extraiu informações de até 87 milhões de usuários da plataforma. O lapso de dados levou a uma multa recorde de US$ 5 bilhões da Federal Trade Commission.
*Tradução: Amanda Schnaider
**Crédito da imagem no topo: Pixabay/Pexels
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