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Avatares: não basta ser virtual, precisa ganhar forma

A criação de extensões virtuais ainda é um desafio, sobretudo pela dificuldade em reproduzir características humanas em elementos virtuais

Luiz Gustavo Pacete
8 de janeiro de 2020 - 15h00

Demonstrações da tecnologia Neon durante a CES (Crédito: Alessandro Cauduro)

Projeto Neon, o nome remete a iniciativas de ficção científica, mas foi um dos lançamentos da Samsung na CES. O Neon é uma tecnologia de avatares digitais que utilizam inteligência artificial como base. Foi desenvolvido em parceria com a Star Labs, uma empresa piloto, e a ideia é criar “humanos artificiais” que se comuniquem e interajam com “humanos reais”.

Para materializar esses avatares, o suporte será de tela ou holografia. A justifica das empresas no desenvolvimento da tecnologia é de que avatares são mais eficientes que assistentes de voz na interação e podem assumir funções mais complexas dentro de áreas como consultoria, educação e medicina. Alessandro Cauduro, sócio e CEO do estúdio de design e tecnologia Huia, que está presente na CES, explica que o lançamento, até agora, gerou mais dúvidas do que esclarecimentos.

“Mas a Samsung já fez questão de pontuar que não está criando mais um assistente de Inteligência Artificial, como Alexa, Bixby, Siri ou Google Assistente. Diferente dos assistentes que conhecemos e que se propõe a nos ajudar com tudo, os NEONS serão como pessoas: cada um será único e terá conhecimentos específicos. Por exemplo, um instrutor de Yoga será especialista neste assunto, mas não terá o conhecimento dos outros Neons”, afirma.

Por enquanto, os avatares estão restritos a telas, mas podem expandir como holografia (Crédito: Alessandro Cauduro)

Ainda segundo Cauduro, o projeto é ambicioso, pois promete que os Neons sejam semelhantes ao ser humano na forma e com capacidade de demostrar emoções e inteligência. “Os Neons são modelados em pessoas reais, mas tem capacidade de criar expressões novas que não foram capturadas. No estande da Samsung uma dezena de telas em tamanho de uma pessoa real apresentava vídeos dos Neons que eram indistinguíveis de pessoas reais.”

Avatares e hologramas são testados com alguma frequência há algum tempo, no entanto, a necessidade de suportes para a materialização da tecnologia ainda é um desafio. Em relação ao uso, eles podem ir de apresentadores de TV, a atores, vendedores, possibilidades não faltam. Em setembro do ano passado, por exemplo, a Globo lançou uma versão da Aida, sua assistente virtual jornalista que se materializa como um avatar e também mescla tecnologias como inteligência artificial.

“O projeto ainda está no início e pelo que foi apresentado é difícil de avaliar se será apenas mais um hype ou se conseguiremos criar um humano artificial. A expectativa é alta e o desafio enorme, pois quando tentamos emular um ser humano, se o resultado não for perfeito, temos o efeito uncanny valley, que nos gera um estranhamento e repulsa ao que estamos vendo. Para evitar isso, muitos robôs evitam justamente se parecer com pessoas. Além disso, ainda não conseguimos criar uma inteligência parecida com a do ser humano”, pontua Cauduro.

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