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Ivanka Trump: nem EUA estão ilesos da automação de empregos

Apesar das críticas, a conselheira do presidente Donald Trump falou sobre o desafio do governo americano em qualificar trabalhadores para a nova economia

Luiz Gustavo Pacete
8 de janeiro de 2020 - 6h00

Ivanka Trump em entrevista a Gary Shapiro, nesta terça-feira, 7 (Crédito: Luiz Gustavo Pacete)

A participação de Ivanka Trump na CES, nesta terça-feira,7, em um painel sobre o futuro do trabalho em um mundo automatizado, gerou reações negativas antes, durante e depois, inclusive com a hashtag #boycottCES. Parte das críticas estão relacionadas ao fato de que existem mulheres muito mais preparadas no ramo da tecnologia para ocupar a posição atual da filha do presidente, que ocupa o cargo de consultora de Donald Trump.

A maior parte da conversa, conduzida por Gary Shapiro, CEO da CTA, entidade que organiza a CES, ficou em torno das oportunidades e desafios da geração de empregos em um mundo em que a inteligência artificial estará presente em quase todas as atividades. Ivanka reforçou o trabalho que o governo americano vem desenvolvendo por meio de programas que auxiliem os trabalhadores atuais, na maioria de funções operacionais, a acompanharem o ritmo de evolução tecnológica.

Entre os esforços estão: requalificação como desenvolvimento de aprendizagens, investimento em programas de treinamento de ciência e tecnologia. Além de consultora do pai, Ivanka também é co-presidente do Conselho Nacional de Emprego dos Estados Unidos. “E não é uma questão de treinar ou preparar as pessoas tecnicamente para o emprego do futuro, é alterar a forma de pensar e de atuar da força de trabalho atual para que ela mesma possa se adaptar e evoluir”, destacou. Ivanka alertou sobre a necessidade de concentrar focos nos estágios e funções de base na medida em que o País também precisa ter uma massa qualificada de profissionais.

Ivanka Trump e Donald Trump em conversa com Tim Cook, CEO da Apple, em visita a uma das fábricas da empresa (Crédito: White House)

“Essa formação logo no início não faz parte do DNA americano, mas precisa ser incorporada. No entanto, não podemos pedir a todos que ofereçam essa maior atenção com sua força de trabalho se o governo não estiver disposto a fazer, devemos liderar pelo exemplo”, disse. Em relação ao questionamento sobre imigração, um dos poucos pontos polêmicos da entrevista, Ivanka disse achar insano que os Estados Unidos eduquem pessoas de todo o mundo, mas as percam exatamente quando estão prontas para gera negócios e empregar pessoas. “Nossa força de trabalho atual e futura depende dos esforços da indústria, da academia e do governo para atender às necessidades da nossa força de trabalho e estou animada em discutir como o governo Trump está defendendo esses objetivos compartilhados”, destacou.

As críticas em relação à participação de Ivanka partem, em sua maioria, do Vale do Silício, região que mantém certo grau de tensão com o governo de Trump em função da oposição das lideranças de empresas de tecnologia à Casa Branca. Essas divergências ocorrem, sobretudo, em questões ligadas à imigração e políticas ambientais. Diferentemente do pai, que já atacou várias lideranças do Vale, Ivanka possui melhor relacionamento, inclusive com CEOs como Tim Cook, da Apple e Sundar Pichai, do Google. Por dois momentos, ivanka se referiu diretamente à Marc Benioff, CEO da Salesforce, presente na plateia, tido como um grande parceiro do governo na área de empregos de tecnologia.

O desafio dos Estados Unidos em formar mão de obra para funções técnicas é inerente a todas as nações. No Brasil, por exemplo, a iniciativa de empresas como Dell e Oracle em formarem profissionais em funções técnicas já que existe um déficit de vagas ilustra essa jornada. Voltando aos Estados Unidos, independentemente do governo, esse é um tema muito presente, sobretudo, na concorrência direta que o país possui com a China em relação à indústria criativa.

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