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O futuro é elétrico e autônomo

CMO global da GM e executivo da Daimler Chrysler falam sobre as perspectivas para a mobilidade na CES

Roseani Rocha
9 de janeiro de 2020 - 17h37

Modelo elétrico da Mercedes (Crédio: Rafael Barreto)

A mobilidade, tema presente na edição passada da CES e que continuou forte na agenda principal deste ano, também mobilizou uma quantidade grande de executivos da indústria nos seminários que ocorrem paralelamente à exposição das inovações tecnológicas das marcas no Convention Center. Um deles, sobre “Perspectivas no futuro da mobilidade” contou com a participação da CMO global da GM, Deborah Wahl e de Klaus Entenmann, da Daimler Financial Services.

Deborah Wahl ressaltou que mobilidade sempre disse respeito à liberdade de se mover. Mas, hoje, essa definição está evoluindo, pois a indústria está lidando com os desafios que afetam a qualidade de vida de todos. “A GM está disposta a oferecer mais soluções por milha que qualquer outra empresa”, afirmou a executiva, ressaltando que a empresa há mais de um século inova para melhorar vida das pessoas. “Somos um empreendimento tecnológico”, acrescentou.

Klaus Entenmann (Daimler) e Deborah Wahl (GM) participam de debate, após apresentarem suas visões sobre o futuro da mobilidade (Crédito: Roseani Rocha)

Deborah relembrou, ainda, a missão da companhia recentemente propalada pela CEO, Mary Barra, de atingir zero acidentes, zero emissões e zero congestionamentos e como cada uma dessas frentes vêm sendo endereçadas, uma vez que a empresa, segundo ela, precisa entender as consequências dos progressos que ela própria faz. “A GM não apenas acredita que o aquecimento global é realidade, como está trabalhando para mudar”, afirmou Deborah, citando que desde 2016 a empresa desenvolveu tecnologias que a fizeram economizar 132 milhões de litros de gasolina e evitar a emissão de 300 mil toneladas de CO2 por ano.

Parte dos esforços para atingir as três metas citadas está, justamente, no investimento em veículos elétricos e autônomos. Para o primeiro caso, a GM chegou a anunciar em dezembro do ano passado uma parceria com a sul-coreana LG para inaugurar uma fábrica de baterias em Ohio, na qual serão criados 1.100 empregos, e cuja produção deverá dar suporte à nova leva de elétricos que a empresa pretende trazer ao mercado.

São altas as expectativas também no desenvolvimento de carros autônomos. Embora sejam um desenvolvimento ainda complexo para a indústria, esta conta em seu favor com dados que apontam que de 1,25 milhão de mortes por acidente de carro que acontecem anualmente no mundo mais de 90% são causadas por erro humano.

Com a tecnologia, ressaltou Deborah, até a experiência de compra está sendo transformada. “O varejo não morreu. O varejo ruim é que está morto”, disparou. Projetos como o showroom digital feito para o Cadillac refletem a crença de que a tecnologia não existe por si, mas para criar as melhores experiências possíveis aos consumidores. Hoje, destacou a executiva, a indústria automotiva compete com o Vale do Silício para mudar o mundo, criando novas experiências e formas de valor às pessoas.

Para Klaus Entenmann, da Daimler Financial Services, esse “mudar o mundo” não é, por sinal, uma liberalidade da indústria, mas uma necessidade, uma vez que estamos saindo de um cenário de “mudança climática” para um de “emergência climática”.

O executivo lembrou que 25% das emissões de CO2 vêm da mobilidade e a poluição das cidades também demanda que a indústria promova mudanças. Destacou o momento é de infância de uma indústria totalmente nova. E o contexto social disso inclui cinco tendências: 1. o poder de compra concentrado em áreas urbanas, 2. maior rigor na regulação de tráfego nas cidades, 3. a utilização como serviço é a “nova posse” dos carros, 4. conectividade e inteligência artificial transformam o mundo e 5. carros autônomos sairão da ficção para a ciência.

Entre as demandas dos consumidores relativas à mobilidade estão: conveniência, eficiência, disponibilidade, acessibilidade financeira e sustentabilidade. “O futuro precisa ser elétrico”, pontuou o executivo da Daimler, mas somente os automóveis de passeio não ajudarão as cidades a acabar com o trânsito. Citou exemplos de cidades como Kopenhagen (Dinamarca) e Amsterdam (Holanda) como locais que investem em infraestrutura de transporte público eletrificado. Em vários locais, o uso de veículos individuais é propositalmente mais caro. “A mudança nem sempre é conveniente, é desafiadora às pessoas”, disse. Deixando claro que de toda forma ela vai acontecer, com a integração de soluções em plataformas inter modulares, unindo transporte público, táxis, carsharing e micromobilidade (ou last mile solutions). “O tempo está correndo e precisamos fazer alguma coisa”, convocou.

 

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