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Como o futebol impacta nos gastos dos brasileiros?

Pesquisa realizada pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box revela como é o comportamento dos fãs de futebol e qual é a relação deles com os gastos

i 7 de julho de 2025 - 16h22

Formiga e Karine Alves estiveram ao lado de Felipe Schepers na apresentação dos dados do estudo sobre gastos pessoais com futebol (Crédito: Valeria Contado)

Formiga e Karine Alves estiveram ao lado de Felipe Schepers na apresentação dos dados do estudo sobre gastos pessoais com futebol (Crédito: Valeria Contado)

A Serasa, juntamente com o Instituto Opinion Box, apresentaram na manhã desta segunda-feira, 7, em um evento para jornalistas na Mercado Livre Arena Pacaembu, um estudo sobre como os fãs de futebol investem seu dinheiro na modalidade. Para isso, as empresas ouviram 2.940 pessoas, entre homens e mulheres, das classes alta, média e baixa.

A pesquisa identificou que, para 81% dos respondentes, o gasto mensal com o esporte já é uma realidade. O maior índice de gastos é até R$ 100, com 45% das respostas, enquanto 9% afirmam investir mais de R$ 300 mensais em seus times de coração.

O destino deste dinheiro pode variar entre diversas categorias, como compras de camisas de times, que representam 71% dos gastos mais comuns dos torcedores. O preço desses itens também faz com que o investimento seja mais alto. Segundo dados apurados pelo UOL, em abril do ano passado, as camisas oficiais dos 20 clubes da Série A tinham custos que variam entre R$ 209 e R$ 370 reais.

Logo em seguida estão os gastos com produtos licenciados (35%) e ingressos para jogo (34%). Ocupando a 4ª colocação entre os interesses dos respondentes, as plataformas de streaming ou pay-per-view, representam 32% dos investimentos, enquanto os programas de sócios-torcedores são 15%.

Neste último caso, 47% demonstram interesse em fazer parte em algum momento, enquanto 12% afirmam já ter participado e não ter interesse em voltar, o que impõe um desafio para os clubes para se relacionar com esse público, como explicou Felipe Schepers, COO e Co-Founder da Opinion Box.

“O sócio torcedor que virou um gasto que entrou na cesta do brasileiro. A tendência é ver esse número continuar crescendo e acompanhar o desafio dos clubes de tornar isso mais acessível”, afirmou durante o evento.

Perfil dos consumidores

A pesquisa identificou, ainda, qual é o perfil dos consumidores de futebol no Brasil. 79% dos respondentes homens afirmam acompanhar futebol, enquanto 68% das mulheres dizem a mesma coisa. Entre esses, a faixa etária que mais consome está entre 40 a 49 anos (78%). Entre as classes, o público de alta renda representa 75% dos respondentes, o de renda média 77% e 71% baixa renda.

Dentre os fãs declarados, 61% acreditam que participariam de eventos esportivos com mais frequência se fossem mais baratos e o mesmo índice não acham esses eventos acessíveis para o público em geral. Apesar disso, 32% estão dispostos a pagar mais caro por uma experiência exclusiva com seu time.

Apesar disso, 31% dos torcedores estão dispostos a viajar para qualquer lugar do mundo para assistir ao seu time. Reflexo disso é que 62% dos brasileiros foram a pelo menos a um jogo de futebol profissional, enquanto 65% deles querem ir a algum jogo ou campeonato nos próximos dois anos. Entre eles está na Copa do Mundo Fifa feminina, que acontece em 2027.

Por isso, pelo menos 53% dos torcedores já estão se planejando financeiramente para comparecer aos jogos nos próximos anos. A maioria dos respondentes (25%) afirma que pretende investir entre R$1001 e R$5000 com futebol.

“É um mercado que gira a economia. Gera compra tanto para si mesmo, quanto para outras pessoas como presentes. O futebol entrou no bolso do brasileiro, é um gasto que faz parte da cesta do público”, afirma Schepers.

Arena em casa

Apesar de os estádios serem um grande objeto de desejo para os fãs, o valor dos ingressos é algo que ainda pesa no bolso dos torcedores. Segundo uma matéria divulgada pelo ge, o Palmeiras foi o clube com o ticket médio mais alto nas primeiras rodadas do Brasileirão.

O clube alviverde teve uma renda de R$ 2,8 milhões, com pouco mais de 30 mil ingressos vendidos, levando a um ticket médio de R$ 92 na partida de estreia diante do Botafogo, no Allianz Parque. Já a vitória do Vasco sobre o Santos, em São Januário, rendeu ao clube carioca um ticket médio de R$ 74, com uma renda bruta de mais de R$1,4 milhão.

Por isso, as plataformas de transmissão se tornam um atrativo válido para os torcedores. Mesmo assistindo de casa, 64% dos respondentes da pesquisa se sentem parte da torcida.

Entre os meios, apesar da atual pulverização das transmissões esportivas, especialmente com a divisão do Campeonato Brasileiro, principal competição nacional, a TV aberta ainda é o principal canal para assistir aos jogos (75%), seguida por TV fechada (55%), YouTube (42%) e streaming (31%).

“As pessoas de fato usam a TV para acompanhar e assistir futebol como um todo. Isso nos ajuda a entender a força do pay-per-view e dos canais de TV fechada. O futebol é multitelas e multimeios. Isso é legal, porque entendemos que o brasileiro está em todos os lugares. Quando falamos de publicidade, por exemplo, vemos que conseguimos impactar as pessoas em diferentes canais”, afirma o CCO.