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Wearables e IoT inauguram a era do “payment of things”

Percival Jatobá, VP de inovação da Visa do Brasil, fala sobre a conexão dos devices inteligentes com as novas formas de realizar pagamentos

Luiz Gustavo Pacete
10 de janeiro de 2020 - 3h35

Os serviços de pagamento que hoje são possíveis em wearables devem se expandir para outras plataformas

Em dezembro do ano passado, a Fiat Chrysler Automóveis (FCA) e a Visa se uniram com a proposta de cocriação para buscar novas formas de pagamentos. Os times de inovação das duas empresas se mobilizaram para o desenvolvimento de uma solução de pagamento “mais segura e fluida”. Esse exemplo em que uma empresa de meios de pagamento se une a uma companhia automotiva ilustra a ampliação as possibilidades de novas formas de pagamento em meio a tantos devices.

Na CES, a infinidade de devices conectados e a força dos conceitos de internet of things (IoT) e wearables também representam oportunidades para o setor financeiro. Percival Jatobá, VP de inovação da Visa, explica como o aumento de pontos de contatos, plataformas e devices altera a ideia de cartão ou dinheiro para o conceito de credencial de pagamento.

Percival Jatobá, VP de Inovação da Visa do Brasil (Crédito: Divulgação)

Meio & Mensagem – Como IoT e wearables, dois conceitos de tecnologia muito presentes aqui na CES, impactam o setor financeiro, sobretudo, o de meios de pagamento?
Percival Jatobá – O IoT, sem dúvida, impacta a indústria de pagamentos e muitas outras, do agronegócio à saúde. O fato é que essa realidade somente se dará na medida em que tivermos uma estrutura sólida e robusta via 5G. Como sabemos, no entanto, no Brasil, o leilão das linhas para a tecnologia 5G foi postergado para o final de 2020. Algumas pessoas já acham que essa realidade acontecerá no Brasil apenas em 2021.

M&M – De que maneira esse impacto se concretiza tendo em vista a pulverização de formas de pagamentos e devices conectados?
Jatobá – O que você chama de pulverização nós chamamos na Visa de desconstrução do plástico. Os cartões de crédito ou débito não deixarão de existir, mas darão forma a outras maneiras de pagamento. Seja no celular, na pulseira, no relógio inteligente ou em qualquer device. Recentemente, lançamos uma parceria com a FCA usando uma plataforma automotiva. Ou seja, não há mais limites de plataformas que sirvam como meios de pagamento. A diferença aqui é que você deixa de falar de cartões e começa a usar o termo credencial de pagamento.

“A gestão de dados e a geração de dados afetam a indústria de pagamentos e reacende a discussão sobre a importância do correto gerenciamento do ciclo de vida dos produtos”

 

M&M – Qual a importância dos dados neste cenário?
Jatobá – É interessante notar que os principais pontos que a gente discute na indústria de meios de pagamento aparecem aqui na CES, não só a questão da internet das coisas, mas também de segurança e gestão de dados. A conversa aqui não é sobre extrair os dados. Isso, no Brasil, aqui, na Europa ou na Ásia, muitos já sabem fazer. O que todos ainda discutem é como computar e monetizar essas informações. Parece que no Brasil, neste aspecto, temos um pouco mais de dificuldade. De qualquer maneira, a gestão de dados e a geração de dados afetam a indústria de pagamentos e reacende a discussão sobre a importância do correto gerenciamento do ciclo de vida dos produtos. Isso tem relação também com a jornada, ou seja, conhecer melhor seu cliente e seu consumidor. Me chamou a atenção, iniciar 2020 discutindo dados.

M&M – Gary Shapiro, CEO da CTA, entidade que organiza o evento, abriu a CES falando que toda empresa deve virar uma empresa de tecnologia por questão de sobrevivência, qual o desafio desta mudança?
Jatobá – Hoje, é impossível discutir um projeto, em qualquer que seja o setor, e não ter tecnologia envolvida. Tanto na solução quanto nos processos. Antes, isso não era uma premissa. Sempre foi difícil o aspecto tecnológico, até caro, muitas vezes. A tecnologia hoje está na área de negócios com um protagonismo muito maior que antes. Vejo também que outro conceito ganha relevância nesta discussão e que é um elemento que é importante para uma empresa de tecnologia, me refiro ao design. O design ganhou muita força e relevância considerando a necessidade de melhorar a experiência do consumidor.

“Ou seja, não há mais limites de plataformas que sirvam como meios de pagamento. A diferença aqui é que você deixa de falar de cartões e começa a usar o termo credencial de pagamento”

 

M&M – Facebook, Apple, Samsung e outras, as empresas de tecnologia entraram no segmento de meios de pagamento, como você enxerga esse movimento?
Jatobá – Ter novos parceiros e atores em uma indústria é sempre positivo. A gente acredita que tem espaço para todos os participantes, sendo big techs ou não. E a maioria delas já são parceiras da Visa em muitos projetos. Tenho certeza que agregam valor à jornada do consumidor que é tão pulverizada e cada vez mais complexa.

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