Fale baixo: a Alexa está escutando…

Buscar
Publicidade

Marketing

Fale baixo: a Alexa está escutando…

Assistente virtual da Amazon encomendou dezenas de casas de boneca por engano na Califórnia


10 de janeiro de 2017 - 8h30

Não é de hoje que crianças conseguem comprar brinquedos e guloseimas online sem os pais saberem – provavelmente esse foi um dos motivos para a criação de controles parentais e outros bloqueios em dispositivos digitais. No Texas, porém, uma menina pode ter inaugurado a modalidade no que diz respeito a assistentes virtuais e ter, sem querer, iniciado uma onda de encomendas por engano na Califórnia.

 

Brooke, à frente, com a mãe, o irmão e a jarra de biscoitos do século 21: o Amazon Echo (Crédito: Fox)

Brooke, à frente, com a mãe, o irmão e a jarra de biscoitos do século 21: o Amazon Echo (Crédito: Fox)

O episódio envolveu o Echo, dispositivo da Amazon que conecta a casa pela internet e que tem vendido milhões de unidades nos Estados Unidos. Na quarta-feira, 4, Brooke Neitezel, 6 aninhos, perguntou inocentemente à Alexa, a assistente virtual embarcada no aparelho: “você pode brincar de boneca comigo e me arranjar uma casa de bonecas?” Ela também pediu biscoitos.

Para a surpresa dos pais, uma “mansão de bonecas” da KidKraft, de US$ 150, chegou a casa onde vivem em Dallas, junto a uma lata de dois quilos de biscoitos amanteigados. Depois, verificaram os registros da Alexa e perguntaram à Brooke, que confirmou a conversa.

Outro dono do aparelho relatou, em dezembro, que o filho pediu à Alexa para brincar num joguinho infantil chamado Digger Digger. A assistente o direcionou para conteúdo pornográfico

A notícia chamou a atenção de alguns telejornais, incluindo um programa da CW6, rede local de San Diego. Ao fim da matéria, o âncora Jim Patton comentou que achou bonitinho ouvir a menina dizer que “a Alexa comprou para mim uma casa de bonecas”. Horas depois, a redação do telejornal começou a receber dezenas de telefonemas de telespectadores que estavam sendo notificados pela Amazon sobre a compra de uma casa de bonecas. Aparentemente todos tinham o Echo e estavam assistindo ao noticiário quando o jornalista fez o comentário.

Segurança de dados
Outra TV americana, a NPR, colocou no ar uma reportagem recente falando sobre a capacidade de a Alexa controlar a temperatura da casa – todos que assistiam ao telejornal e possuíam o Echo ficaram com seus termostatos bloqueados após a matéria. Segundo o jornal The Guardian, outro dono do aparelho relatou, em dezembro, que o filho pediu à Alexa para brincar num joguinho infantil chamado Digger Digger. A assistente o direcionou para conteúdo pornográfico.

Os incidentes têm aquecido o debate sobre o longo caminho que assistentes virtuais devem trilhar para se adaptarem ao dia a dia das pessoas de forma ainda mais conveniente.

 

Amazon Echo: parece inofensivo, mas é prudente saber operar as chaves de segurança (Crédito: Divulgação)

Amazon Echo: parece inofensivo, mas é prudente saber operar as chaves de segurança (Crédito: Divulgação)

Stephen Cobb, pesquisador da multinacional de segurança digital Eset, comentou à CW6 que esses sistemas ainda estão em desenvolvendo para melhorar seu discernimento de voz (por exemplo, a de seus donos em relação a de visitas). Enquanto isso, o consumidor deve se informar sobre as chaves, filtros e senhas para impedir a captação e registro do que se diz no ambiente da casa. “No futuro, essa tecnologia vai ficar mais sofisticada e será apta a identificar indivíduos específicos e só fornecer acesso a vozes registradas”, afirmou.

O problema também desperta discussões sobre dados e informações que esses dispositivos armazenam – outros populares são a Siri, da Apple, e a Google Assistant. Segundo Stephen, o Federal Trade Comission (o equivalente ao Cade nos Estados Unidos) tem analisado os dispositivos do gênero para ter certeza de que são seguros no que diz respeito a registro e compartilhamento de dados pessoais.

Megan Neitzel, mãe de Brooke, já ativou a chave de segurança de seu Echo e tem falado mais baixinho na cozinha, onde fica o aparelho. Em relação à casa de bonecas, ela escolheu, junto à filha, uma instituição de caridade para doá-la. A lata de biscoitos ficou.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Série em vídeo explora marcas que transformaram suas indústrias

    Série em vídeo explora marcas que transformaram suas indústrias

    Com quatro episódios, produção de Meio & Mensagem aborda a história dos segmentos de moda, computação, mobilidade e gastronomia

  • Trilhos: confira os naming rights nas estações de São Paulo

    Trilhos: confira os naming rights nas estações de São Paulo

    Com Morumbi e Jurubatuba, cresce a lista de estações de que adicionaram nomes de marcas como nova fonte de receitas