Desigualdade e opressão: os números do Dia da Mulher

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Desigualdade e opressão: os números do Dia da Mulher

No mundo, 18% da população acredita que as mulheres são inferiores aos homens; 41% das brasileiras sentem medo de se expressar e de lutar por seus direitos


8 de março de 2017 - 10h04

Feminismo-Destaque

(Crédito: Reprodução)

Celebrado em todo o mundo como o Dia Internacional da Mulher, o 8 de março tem o papel histórico de colocar luz sobre as diversas formas de desigualdade, violência e opressão que o sexo feminino vem enfrentando ao longo dos anos e de ajudar a conscientizar toda a sociedade para a importância do cultivo do respeito e igualdade de oportunidades para todos os gêneros.

Embora os avanços da pauta sejam inegáveis, ainda há um grande abismo que separa mulheres e homens de caminharem no mesmo patamar em aspectos profissionais, financeiros e sociais. Para elucidar a desigualdade que ainda persiste e, ao mesmo tempo, mostrar como a busca pelos direitos femininos vêm ganhando peso entre mulheres e homens em toda a sociedade, alguns institutos de pesquisa aproveitaram o Dia Internacional da Mulher para revelar dados que forneçam um panorama da questão no Brasil e no Mundo.

A Ipsos ouviu pessoas de 24 países para elaborar o relatório Global Advisor, focado nos temas do feminismo e igualdade de gênero. Os resultados mostraram que a situação das brasileiras é preocupante: 41% das entrevistadas no País confessaram ter medo de se expressar e de lutar pelos seus direitos. Esse percentual é bem maior do que a média global, que ficou em 26%. As mulheres do Brasil ficaram atrás apenas das indianas (as mais receosas em brigar pelos seus direitos, com 54%) e das turcas (47%).

Apesar de estarmos na segunda década do século XXI, ainda há, em todo o mundo, pessoas que acreditam que as mulheres são inferiores aos homens. No Brasil, 19% dos homens acredita na inferioridade feminina – e algumas mulheres concordam com eles. Segundo a pesquisa da Ipsos, 14% das entrevistadas mulheres disseram que se consideram inferiores aos homens. Na média, o percentual geral (homens e mulheres) que concordaram com a questão no Brasil foi 16%. No mundo, essa fatia foi de 18%. Entre os entrevistados pela pesquisa em todo o mundo, 17% disseram que a mulher não deveria trabalhar fora de casa para poder cuidar unicamente da casa e da família. No Brasil, o índice de pessoas que aprovam essa ideia foi um pouco menor: 15%.

A grande maioria dos entrevistados no mundo todo, no entanto, é consciente sobre a desigualdade existente entre os dois sexos. Globalmente, 72% dos entrevistados disseram que existe desigualdade em termos de direitos sociais, políticos e econômicos para as mulheres. No Brasil, a diferença é percebida por 78% das pessoas. O País que menos acredita na desigualdade de gênero é a Rússia, onde 42% dos entrevistados declararam que existem diferenças sociais e de direitos entre homens e mulheres.

Feminismo
Uma das principais bandeiras sociais da atualidade, o feminismo é percebido de forma diferente do Brasil do que no restante no mundo. Enquanto 83% da população indiana, 74% da chinesa e 70% da italiana se consideram feministas, no Brasil, o índice cai para 51%. Globalmente, a quantidade dos entrevistados que respondeu ser feminista foi de 58%. A pesquisa da Ipsos foi realizada de 20 de janeiro e 3 de fevereiro de 2017 e ouviu 17.551 pessoas de 18 a 64 anos, em 24 países.

Desafio da equidade
Em termos de equidade no mercado de trabalho, a posição de homens e mulheres ainda é diferente. De acordo com pesquisa realizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), realizada com 350 executivos (homens e mulheres) de empresas no Brasil, 76% das companhias ainda não tratam funcionários e funcionárias com as mesmas condições. Para 80% dos entrevistados, o sinal mais claro dessa desigualdade é a baixa presença de mulheres em cargos de liderança.

Ainda segundo a pesquisa da Amcham, 47% dos gestores acreditam que igualar os salários deve ser a maneira mais correta de promover equidade de gênero em seus quadros de funcionários. O fato de conciliar a carreira profissional com maternidade e responsabilidades domésticas ainda é, na opinião dos entrevistados, o principal fator que impede as mulheres de chegarem mais longe em termos profissionais. Para 86%, o papel cultural de chefe de lar faz com que muitas mulheres abandonem a carreira por não conseguirem conciliar as duas tarefas.

Apesar de reconhecerem esses problemas, os gestores brasileiros ainda fazem pouco, na prática, para tentar corrigi-lo. Segundo a pesquisa, 52% dos entrevistados declararam não ter, em suas empresas, programas formais de valorização feminina e de combate à desigualdade de gênero.

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