A AmazonGo, e o varejo, para onde vai?

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A AmazonGo, e o varejo, para onde vai?

As ameaças da varejista às redes tradicionais e como Carrefour e Ponto Frio se preparam para o futuro (presente)


29 de janeiro de 2018 - 7h27

Um dia após a Amazon ter inaugurado sua loja totalmente automatizada, em Seattle, nos Estados Unidos, o Carrefour divulgou um manifesto de mais de sete páginas sobre o que suas lideranças enxergam como o futuro do varejo. O documento batizado de “Carrefour 2022” apresenta as diretrizes de seu plano de transformação para os próximos anos.

“Tenho uma grande ambição para o Carrefour: tornar-se o líder mundial da transição alimentar oferecendo aos nossos clientes, todos os dias e em qualquer lugar, alimentos de qualidade e confiança a um preço justo”, disse Alexandre Bompard, CEO do Grupo Carrefour, na carta.

O teor do comunicado, segundo José Roberto Securato Junior, conselheiro da Saint Paul Escola de Negócios e vice-presidente do Ibevar, é uma resposta ao avanço da Amazon e sua capacidade de impactar o varejo global. “Grandes e pequenos varejistas se mobilizam, uns para conquistar o varejo mundial, outros apenas para sobreviver. Para o Grupo Carrefour, conquistar e sobreviver parecem ter o mesmo significado”, diz Securato.

“A ambição do Carrefour, que guia o plano, é uma tendência global: permitir que seus clientes consumam melhor. Mas consumir melhor tem outras verticais além de produtos mais saudáveis, mesmo para um varejista alimentar. O Whole Foods, agora Amazon, somente oferece produtos orgânicos, com grande foco nos produtores locais e usualmente declaração de procedência”, afirma Securato.

O Carrefour definiu quatro pilares: implementar uma estrutura organizacional simplificada e aberta, atingir ganhos de produtividade e competitividade, criar um grupo omnicanal de referência e reformular a oferta da qualidade dos alimentos.

Luís Eduardo Ribeiro, diretor da Lelo Logística, afirma que a estratégia do Carrefour é a reação “de um gigante que está perdendo espaço no comércio mundial”. “Cortes radicais em despesas de pessoal e instalações visam recuperar a margem, além de viabilizar os também vultosos investimentos no comércio eletrônico. O desafio de ser uma referência online é ainda distante, mas o plano de reestruturação mostra ao mercado um caminho viável. No Brasil, a notícia é boa, já que a empresa está perdendo espaço para o GPA e mostra agressividade com fortes investimentos no ‘atacarejo’”, afirma.

Em meio a esse movimento, a rede Walmart busca a definição de seu destino no Brasil. De acordo com a coluna de Lauro Jardim em O Globo, da semana retrasada, o fundo Advent negocia a compra de 50% da operação brasileira. Em dezembro, a varejista anunciou a integração de suas operações de lojas físicas e de comércio eletrônico.

Aqui no Brasil, na semana passada, o Ponto Frio, da Via Varejo, deu outra mostra de como ele enxerga o futuro do varejo. A rede começou a operar na Vila Olímpia, em São Paulo, um novo modelo de loja que busca unir experiência e praticidade. O projeto vem sendo tocado internamente pela companhia e, há cerca de um ano e meio e em sua fase final, contou com a consultoria da Gouveia de Souza.

Thiago Pasqua, diretor de Lojas Premium da Via Varejo, afirma que o objetivo é inovar da exibição à compra. “O teste de produtos, por mais simples e analógico que pareça, é algo que não temos nas outras lojas e já estamos pensando em levar. Já a realidade virtual é algo disruptivo em móveis, mas precisa de um tempo de maturação maior. Cada categoria e tecnologia terá seu tempo para a questão de escalar ou não”, explica o executivo.

 

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