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O futuro do Snapchat está prestes a ser definido

Próximo de realizar um IPO de até US$ 4 bilhões, a empresa lida com os desafios de reverter prejuízo e lidar com a concorrência do Instagram


6 de fevereiro de 2017 - 7h48

 

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Evan Spiegel, cofundador e CEO do Snapchat

De US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões. Essa é quantia estimada que a Snap Inc, dona do aplicativo homônimo, pretende captar na bolsa de Nova York em seu IPO (oferta pública de ações) que deve ocorrer nas próximas semanas. Com a operação, a empresa deverá alcançar de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões em valor de mercado. A injeção de capital, que deve ser a maior já registrada para empresas de tecnologia, atrás apenas do IPO do Facebook, em 2012, que levantou US$ 16 bilhões, é parte da solução para que a empresa reverta seu prejuízo e invista em novas tecnologias que expandam sua plataforma focada em câmeras reduzindo a dependência do aplicativo de foto e vídeo.

Obrigada a divulgar seus dados financeiros de 2016, na semana passada, em função dos processos do IPO, a Snap Inc revelou uma receita de US$ 404 milhões e um prejuízo de US$ 514 milhões com um total de 158 milhões de usuários ativos diariamente. A companhia presencia a depreciação de seu principal produto diante da concorrência do Instagram. Em 2016, de acordo com dados consolidados pelo site Tech Crunch, o aplicativo teria registrado uma queda de 15% a 40% no volume de postagens em função da concorrência com o Stories.

Foto: Reprodução

O Spectacles, óculos lançado pelo Snapchat no ano passado, é a principal aposta da empresa na área de câmeras

Estimativas da consultoria eMarketer, divulgadas na semana passada, mostram que, em 2017, o Snapchat deve gerar uma receita de US$ 935,5 milhões, alta de 155,1% em relação a 2016. E 86% desse total virão dos Estados Unidos. De acordo com os cálculos da eMarketer, em 2018, a dependência do mercado americano vai cair, representando 75% das receitas. O Snapchat deve ganhar, em 2017, 66,6 milhões de usuários nos Estados Unidos, alta de 13,6% sobre o ano anterior. A história de rivalidade entre o Snapchat e o Instagram nasce em 2013, quando Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, tentou, por duas vezes comprar o Snapchat chegando a oferecer US$ 3 bilhões pela empresa criada por Evan Spiegel.

Catherine Boyle, analista-chefe da eMarketer, acredita que um dos principais entraves, até o momento, para a ampliação de receita da empresa foi a falta de transparência, pilar fundamental para que ela receba investimentos de anunciantes. “O desafio ainda é a falta de informação. Existe dúvida sobre o target e métricas”, diz Catherine. Nos documentos que divulgou na semana passada, a Snap Inc se apresenta como uma empresa que “vai revolucionar o uso da câmera”, sobretudo, por meio dos óculos Spetacles, lançado no ano passado. David Reck, CEO da Reamp, empresa de marketing digital, explica que a questão de capital para o Snapchat é crucial, tendo em vista que ele concorre diretamente com um “gigante endinheirado”. “O Facebook possui muito dinheiro e está em constante inovação. Para poder acompanhar e entrar nessa disputa, a capitalização da Snap Inc com o IPO é fundamental e o foco de investimento deve ser em tecnologia, novos formatos de anúncios e aquisição de pequenas empresas”, diz Reck.

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Em 2012, o Facebook captou US$ 16 bilhões, o maior IPO entre empresas de tecnologia

O ponto de virada do ritmo de aceleração do Snapchat foi o lançamento do Instagram Stories, em agosto do ano passado, que impactou na desaceleração do crescimento do aplicativo. “Com a chegada do Stories e suas atualizações quase que semanais, contemplando transmissões ao-vivo, analytics, mídia paga, integração com artigos, vêm se somando ao Instagram uma grande vantagem nessa corrida”, explica Rafael Kiso, fundador da mLabs, plataforma de gerenciamento de redes sociais que pertence ao Grupo Focusnetworks. Para ele, o IPO é “uma medida desesperada para capitalizar investimentos, dar um gás nas inovações, e, quem sabe, se equalizar ao Instagram em termos de features.”

INSTAGRAM

O Stories, do concorrente Instagram, foi lançado em agosto do ano passado

Na visão de Carlos Pitchu, CEO da agência Salve, o maior desafio do Snapchat está ligado à manutenção e expansão do público alvo. “Vejo muita volatilidade no público mais jovem. O único compromisso da molecada é com a mudança. Mas me parece algo possível de reverter. Sim, existe um atraso pra correr atrás, mas acredito muito na ‘vibe’ diferente do Snapchat. Tem muito espaço pra crescer.” Ele explica que a maior diferença da plataforma no Brasil e Estados Unidos está relacionada à proximidade com os anunciantes e a necessidade de ampliar espaço para marcas na plataforma.

O Snapchat no Brasil

Kevin Frankenfeld, diretor de parcerias, em visita ao Brasil, no ano passado

No início de 2016, o crescimento do Snapchat trouxe expectativa ao mercado publicitário brasileiro tendo em vista que muitas marcas queriam testar ações na plataforma, mas o diálogo por parte da plataforma era inexistente.

As relações da empresa com o Brasil se estreitaram a partir de julho, quando Kevin Frankenfeld, diretor de parcerias do Snapchat, esteve no País para conversar com as agências. Posteriormente, em outubro, foi anunciada a parceria de representação com a IMS no Brasil.Consultada por Meio & Mensagem, a IMS disse não comentar qualquer informação relacionada ao aplicativo no mercado local.

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