Mídia

Facebook prepara marcas sobre ferramenta para limpar dados

Previsto para os próximos meses, solução vai permitir aos usuários apagarem informações usadas na segmentação da publicidade digital

i 16 de maio de 2019 - 12h16

 

Com a ferramenta, tecnologias como o Facebook Pixel e o Custom Audiences podem perder a eficácia (Crédito: Pixabay)

Por Garett Sloane, do AdAge 

O Facebook está preparando os anunciantes para a nova ferramenta de “limpeza de histórico” da plataforma. A função vai permitir que os usuários apaguem seus dados da rede social, afetando a segmentação dos anúncios.

A companhia anunciou nesta semana que a solução será lançada nos próximos meses. Com ela, os usuários poderão deletar os dados que a rede social reúne de sites e aplicativos externos ao Facebook, e esse conteúdo não poderá ser mais usado pela publicidade.

“Quando alguém desconectar sua atividade off-Facebook, não será possível usar os dados apagados para segmentação”, afirmou a companhia. “Isso significa que as opções de direcionamento alimentadas pelas ferramentas do Facebook business (…) não poderão ser usadas para alcançar o usuário com anúncios.”

Algumas das tecnologias de marketing mais populares do Facebook, como o Pixel e o Custom Audiences, podem se tornar ineficazes caso as pessoas apaguem seus rastros. Marcas usam esses códigos para identificar o usuário quando ele visita seu site, e então inserir anúncios na timeline do Facebook quando ele volta à plataforma. Se forem apagados, as empresas não conseguem acessá-lo novamente, a menos que o site seja visitado novamente pelo usuário e o histórico reconstruído.

Dessa forma, a ferramenta é similar à limpeza de cookies em navegadores como o do Google Chrome. O Facebook está implementando essa nova medida de privacidade como uma resposta para o crescente escrutínio sobre a coleta de dados e políticas de privacidade das redes. Toda a indústria digital de publicidade está repensando seu histórico de coleta de dados sobre dos usuários online para enviar mensagens altamente direcionadas.

Na última semana, o Google anunciou que o Chrome terá novas ferramentas anti rastreamento que darão às pessoas um controle maior sobre como os sites coletam informações sobre elas. Assim, a companhia segue os passos da Apple, que adotou rigorosas políticas contra o monitoramento em seu navegador Safari.

O Facebook está no meio de negociações com os órgãos reguladores dos Estados Unidos sobre seu histórico de coleta e compartilhamento de dados com desenvolvedores externos à equipe da rede social. É esperado que a plataforma feche um acordo com a Federal Trade Commission para supervisionar suas práticas de privacidade e pagar uma possível multa de US$ 5 bilhões por infrações anteriores.

No último ano, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, começou uma tentativa de reorientar a atuação da companhia para um mindset de privacidade em primeiro lugar. Com isso, anunciou novas ferramentas como a “limpeza de histórico” e as mensagens criptografadas. Na conferência de desenvolvedores nesse mês, o Facebook revelou uma série de atualizações para os produtos que dialogam com a meta de impulsionar a segurança.

No entanto, a restrição na circulação de dados vai impactar a indústria de publicidade, e a companhia vem conversando com marcas e agências sobre o que elas podem esperar. “Nós temos tido conversas ao longo do caminho com empresas, agências e órgãos da indústria para sentir o que os anunciantes vão querer saber na preparação”, disse o Facebook em uma declaração via e-mail.

 

*Tradução: Taís Farias 

**Crédito da foto no topo:Pete Linforth/Pixabay