Wilson Lannes, da Sony Music: “Essa é a maior crise já vista”

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Wilson Lannes, da Sony Music: “Essa é a maior crise já vista”

Em meio ao novo coronavírus, o vice-presidente da marca no Brasil aponta que, graças ao digital, consumo de música permanece sem declínios e vê digital e games como tendência para o setor


8 de maio de 2020 - 6h00

Apesar das mudanças de hábitos de consumo, provenientes das medidas de contenção da disseminação do novo coronavírus (Covid-19), Wilson Lannes, vice-presidente da Sony Music Entertainment no Brasil, não vê, graças ao digital, prognósticos de impacto no setor musical. O declínio de consumo de áudio streaming não vem ocasionando, aponta, uma redução no número de assinaturas em plataformas online. “O mercado de música digital está em livre expansão. Nossa indústria atua em várias frentes. Então, dessa forma, não podemos descartar que o impacto dos cancelamentos de shows foi grande. Não sabemos, exatamente, quando e de que forma essa atividade retornará”, afirma.

 

Mesmo com a redução de consumo de áudio streaming, número de assinaturas em plataformas digitais não vem diminuindo, afirma Wilson Lannes, da Sony Music (crédito: Andrea Piacquadio/Pexels)

Com a pandemia, a Sony Music, conta Wilson, vem ampliando presença digital, a fim de angariar mais recursos. No Brasil, por exemplo, a companhia deposita mais esforços na Filtr, plataforma de entretenimento que visa aproximar artistas e fãs via curadoria de conteúdo e música. Entre os produtos entregues pelo hub, estão canal no YouTube, games e lives.

Segundo o vice-presidente da Sony Music Entertainment no Brasil, a crise do novo coronavírus é a maior já vista no mercado musical. “As crises anteriores estavam relacionadas à pirataria e à situações pontuais na economia do País. Essa crise está sendo devastadora para o mercado de eventos e toda a sua cadeia, mas, felizmente, o consumo de música permanece de certa forma protegido pelo mundo digital”, diz.

Wilson Lannes, da Sony Music: “É fato que estamos todos sendo forçados a utilizar mais o mundo digital, o que acelera o processo de desenvolvimento tecnológico” (crédito: Meio & Mensagem)

Confira entrevista do Meio & Mensagem com Wilson Lannes, vice-presidente da Sony Music Entertainment no Brasil:

Meio & Mensagem – Quais foram as primeiras medidas adotadas pela Sony Music, diante da crise do novo coronavírus?
Wilson Lannes – Essa crise era impossível de ser prevista, não somente pelo mercado de música, mas por todos os setores da economia. A Sony criou, imediatamente, um fundo global de doações para as áreas mais afetadas, inclusive, entretenimento, no valor total de US$ 100 milhões. Felizmente, tínhamos um plano de contingência e já estávamos 100% preparados para trabalhar de forma remota. A proximidade com os nossos artistas sempre existiu. Mudamos apenas a questão presencial e intensificamos nosso trabalho e apoio junto a eles, para minimizar ao máximo consequências negativas da situação. Tem sido um momento muito importante de fortalecimento de vínculos, já que todos estamos reavaliando o que é essencial no dia-a-dia, bem como a forma de fazer negócio. No nosso caso, como comunicar, levar a arte e conectar artistas e o seu público.

“A participação das marcas nas lives ameniza um pouco o efeito da ausência de shows presenciais e configura uma nova forma de conversar com o público”, diz Wilson, da Sony Music

M&M – Como o digital pode auxiliar o mercado musical, neste momento?
Wilson – As lives mantém os artistas próximos ao seu público, trazem um pouco de alegria, humanidade e têm sido uma grande ferramenta de cooperação, por meio da arrecadação de doações. Além disso, a live apresenta-se como um novo canal de comunicação de valores e marcas com o público geral. Além disso, a participação das marcas nas lives ameniza um pouco o efeito da ausência de shows presenciais e configura uma nova forma de conversar com o público. No curto prazo, fizemos ajustes de estratégia e geração de conteúdo para atender, rapidamente, aos novos comportamentos do consumidor do período. Mas, como já éramos muito ativos nas diversas plataformas e nas redes sociais, nossas atividades não foram muito afetadas. Por esse motivo, não prevemos mudanças estratégicas significativas a longo prazo.

M&M – Vê alguma outra tendência capaz de manter aquecido o mercado de música?
Wilson – Em um cenário como o atual, é muito difícil prever algo. Porém, é fato que estamos todos sendo forçados a utilizar mais o mundo digital, o que acelera o processo de desenvolvimento tecnológico. Isso, com certeza, acabará trazendo novas oportunidades para o mercado da música. Além disso, acredito que a produção de conteúdo de qualidade e relevante terá cada vez mais espaço e que a geração de engajamento deve ser uma das principais motivações para o nosso trabalho. Isso resultará, com certeza, numa proximidade maior e mais forte entre artistas e fãs. Falando em engajamento, eu apostaria no crescimento da interação entre mundo o real e o digital por meio das diversas comunidades e no aumento da sinergia entre música e games. Num futuro um pouco mais distante, na realidade virtual e na maior utilização de inteligência artificial e machine learning em produtos ligados à experiência com música.

*Crédito da foto no topo: Stas Knop/Pexels

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