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Facebook enfrenta novas dúvidas sobre vazamento de dados

NYT e Guardian têm acesso a estratégia da consultoria Cambridge Analytica, que usou informações de milhões de perfis em campanhas políticas nos EUA e Reino Unido


19 de março de 2018 - 9h10

No sábado, 17, os jornais New York Times e Guardian publicaram reportagens similares cujo ponto de partida é o mesmo: o depoimento de Christopher Wylie, um dos fundadores da Cambridge Analytica, empresa de consultoria digital que foi uma das principais forças de campanha tanto para Donald Trump ganhar a presidência americana como para os britânicos votarem pela saída da União Europeia, ambos em 2016. A entrevista do agora ex-funcionário endossou a reportagem investigativa de ambos os jornais, que conectou uma vastidão de dados de eleitores de ambos os países coletada pela Cambridge Analytica a um vazamento de informações de perfis do Facebook.

 

Parlamentares dos Estados Unidos podem intimar Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, a depor sobre o caso (Crédito: Divulgação)

Após a publicação das reportagens, parlamentares dos Estados Unidos e do Reino Unido têm pressionado a plataforma para que ela revele como exatamente o Cambridge Analytica conseguiu informações sobre milhões de usuários. A senadora democrata Amy Klobuchar afirmou que Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, deve ser chamado a depor num comitê da Casa. Damian Collins, do partido conservador britânico, também expressou preocupação com o caso e que executivos da plataforma serão intimados. No Reino Unido, apesar da consultoria não ter desmentido a análise e uso de perfis de cidadãos britânicos, o caso ganha contornos mais complicados após representantes do Facebook terem afirmado numa audiência a procuradores britânicos, em fevereiro, que a Cambridge Analytica nunca teve acesso a dados da plataforma.

O Facebook afirmou que as acusações são falsas e que a Cambridge Analytica conseguiu os dados de usuários com o consentimento dos mesmos. Apesar disso, suspendeu o acesso da consultoria à plataforma, além de sua empresa-mãe, a Strategic Communication Laboratories (SCL Group). Na sexta-feira, anteriormente à publicação, o Facebook teria ameaçado processar o Guardian, segundo um jornalista do grupo.

Nas reportagens, Christopher Wylie relata que desenvolveu um aplicativo para o Facebook que convencia usuários a jogar uma espécie de quiz na plataforma em troca de pequenas quantias de dinheiro. Além de fornecer traços de personalidade dos participantes, o app pedia permissões que incluíam não só acesso a seus dados pessoais, mas também de todos seus amigos conectados. As informações prestadas pelo desenvolvedor a ambos os jornais confirmaram diversos e-mails,  depoimentos anônimos e outros documentos acessados pela reportagem do Times e do Guardian.

A plataforma insiste que as informações foram coletadas legitimamente, mas reconhece que a utilização pela consultoria de dados foi nociva. Por sua vez, a empresa — que tem um braço operativo no Brasil, a Cambridge Analytica Ponte — diz que a análise de dados proveniente do Facebook não chegou a ser usada na construção de estratégias para engajar esses perfis em campanhas. 

As investigações colocam ainda mais dúvidas sobre o modo que o Facebook endereça questões como gestão de dados, transparência e ferramentas de publicidade, recrudescidas por casos como o uso da plataforma para o compartilhamento de fake news. A plataforma alega que proteger os dados dos usuários continua sendo um de seus princípios fundamentais, mas reconhece que em 2015 a empresa foi ludibriada por uma empresa chamada Global Science Research, que conseguiu acesso a informações de usuários. A empresa faz parte do SCL Group, mesmo do Cambridge Analytica, para a qual teria reencaminhado os dados.

Crédito da imagem no topo: Divulgação

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