Caso Armstrong afasta marcas do ciclismo
Patrocinadores corporativos decidem recuar até o esporte ?limpar a casa?
Patrocinadores corporativos decidem recuar até o esporte ?limpar a casa?
Meio & Mensagem
22 de outubro de 2012 - 8h03
Nesta segunda-feira 22, União Internacional dos Ciclistas apoiou decisão da Agência Antidoping de retirar os sete títulos da Tour de France das mãos de Lance Armstrong, além de banir o americano do esporte.
“Lance Armstrong não tem lugar no ciclismo”, declarou Pat McQuaid, presidente da União Internacional dos Ciclistas, disse em uma conferência em Gêneva. “Ele merece ser esquecido.”
O fim da carreira de garoto-propaganda de Armstrong veio de forma abrupta, assim como um engavetamento na Tour de France. Ele deixa o ciclismo profissional como um esporte que, contaminado por um escândalo, que ficará sob enorme pressão para achar patrocinadores corporativos por anos. E fica a questão: há alguma coisa que o sobrevivente de câncer de 41 anos possa fazer para ressuscitar sua reputação?
A carnificina que derrubará os patrocínios do ciclismo – para os quais a indústria estima custo entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões por ano – começou na manhã da última quarta-feira. Citando a “insuperável evidência de que Armstrong participou do doping e enganou a Nike por mais de uma década”, o Swoosh (logo da marca) descartou o texano, que foi o embaixador da marca desde 1996. Na mesma manhã, Armstrong anunciou que estava deixando o cargo de diretor de sua instituição de caridade, a Livestrong.
E aí teve início o desmoronamento. Na última semana, o banco holandês Rabobank afirmou que cessaria o patrocínio a times de homens e mulheres profissionais de ciclismo depois de 17 anos porque “a confiança no mundo ciclista desapareceu”.
O Rabobank gastou aproximadamente 20 milhões de dólares anuais patrocinando o esporte. Mas a agência de Anti Doping dos EUA publicou um relatório explosivo detalhando o envolvimento de Armstrong no “mais sofisticado, profissional e bem-sucedido programa de doping que o esporte já viu”. Foi a última gota, disse Bert Bruggink, membro do conselho. O fato de que a União Internacional do Ciclismo também lançou uma investigação de doping de um dos atletas patrocinados pelo Rabobank, Carlos Barredo, também pode ter tido algo a ver com isso.
Depois de anos de cobranças, processo e mentiras acerca de dopings, a maior parte dos patrocinadores nos Estados Unidos já evitam o ciclismo. Agora, a atitude de Armstrong é mal vista, e a falta de novas estrelas americanas fará com que novos patrocinadores sejam ainda mais raros. “Muitas empresas olham para o ciclismo e dizem, há muita controvérsia, muito risco de escândalo’”, declara Jim Andrews, vice-presidente sênior de patrocínio da IEG. “Ainda há muitas indicações de que o doping ainda ocorre”.
A Tour de France deste ano, por exemplo, não tinha nenhuma marca americana em sua lista de patrocinadores. A maior corrida americana de ciclismo é o Tour da Califórnia, que é patrocinado pela empresa de biotecnologia Amgen e foi criada pela AEG. A Amgen não pôde ser contatada para comentários. O porta-voz da AEG, Michael Roth, disse que a corrida começou com as conversas para renovações de patrocínio, mas se recusou a declarar mais que isso. Patrocinadores do evento incluem dois dos ex-patrocinadores de Armstrong – Michelob Ultra (cerveja da Ab-Inbev) e RadioShack – assim como a Coca-Cola.
Armstrong deve perder de US$ 15 a 20 milhões por ano em ganhos com patrocinadores e com palestras realizadas. O dano total pode ser de US$ 150 milhões em ganhos futuros, estima o colaborador da Forbes, Michael Ozanian.
Armstrong segue alegando inocência e contratou o ex-conselheiro da Casa Branca Mark Fabiani par gerenciar a crise. Mas um jeito pelo qual poderia salvar sua reputação seria admitir o uso de drogas e encarar um mea-culpa televisionado, parecido com o que o jogador Alex Rodriguez, do New York Yankees, que revelou ser usuário de esteroide.
Do Advertising Age
Tradução: Isabella Lessa
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