Marilan nao deve ser vendida
Família Garla permanece no controle da Marilan, que agora tentará renegociar uma dívida estimada entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões
Família Garla permanece no controle da Marilan, que agora tentará renegociar uma dívida estimada entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões
Janaina Langsdorff
27 de fevereiro de 2012 - 8h30
Os biscoitos Marilan devem permanecer sob o controle da sua fundadora, a família Garla, que desde o fim do ano passado vinha negociando uma suposta venda para a PepsiCo, Bunge ou Campbell. A única brasileira no páreo era a líder do setor, a M. Dias Branco, que teve a sua proposta de R$ 495 milhões negada pela Marilan, que queria receber algo entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, mesmo patamar de preço que a PepsiCo pagou pela Mabel (R$ 600 milhões), numa operação também realizada no fim de 2011. A decisão foi anunciada por meio de um comunicado enviado pelo presidente da companhia, José Rubis Garla, aos funcionários da empresa.
De acordo com informações do Jornal Valor Econômico, PepsiCo e Bunge foram as que mais avançaram no processo de “due diligence”. Agora, para garantir os planos orçamentários da Marilan até 2013, José Rubis Garla pretende acertar com os bancos o prolongamento de uma dívida estimada entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões, além de aumentar o capital de giro da companhia em R$ 50 milhões. Com 2,2 mil funcionários e uma fábrica na sua cidade de origem, a Marilan viu as suas vendas líquidas caírem de R$ 418,5 milhões em 2008, com lucro de R$ 3,7 milhões, para R$ 380,9 milhões em 2010, um prejuízo acumulado de R$ 12,8 milhões.
O mercado de biscoitos é hoje liderado pela M. Dias Branco (23,4%), seguida pela Nestlé (9%) e Kraft (7,3%). O quarto lugar é justamente da Marilan, que fica quase empatada com a Bauducco (6,4%), marca pertencente à Pandurata Alimentos, além da Arcor (6,3%) e Mabel (6,1%). De acordo com a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib), o crescimento do setor não passa dos 3% ao ano, o equivalente a vendas da ordem de R$ 6,8 bilhões no ano passado, mesmo cenário projetado também para 2012.
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