Novos modelos de negócio no ramo de franquias
Fini, Zé Delivery e Grupo Carrefour Brasil apostam em novos modelos de franquias no país
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Amanda Schnaider
26 de julho de 2023 - 13h00
O sistema de franchising, definitivamente, não é algo novo. Ele teve origem por volta de 1850, nos Estados Unidos, quando a Singer Sewing Machine Company, autorizou outros comerciantes a venderem suas máquinas, fazendo o uso de sua marca.
Com o passar dos anos, o sistema começou a ser adotado por diversas empresas, dos mais variados setores, indo desde casa e construção até beleza e alimentação. O atual desempenho das franquias no Brasil, inclusive, superou o período pré-pandemia, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Em relação ao primeiro trimestre de 2019, a alta do faturamento do setor neste ano foi de 22,6%. Já em relação ao mesmo período de 2022 foi de 17,2%, atingindo R$ 50,85 bilhões. De acordo com a associação, este é o quinto trimestre consecutivo de crescimento.
Essa expansão do sistema de franquias veio acompanhada do desenvolvimento de novos negócios dentro desse ramo. Com o objetivo de levar a sua marca para outras regiões, a Fini acaba de lançar dois novos formatos: o pocket e o contêiner.
O pocket é 50% menor que o quiosque tradicional, com apenas 3,5 metros quadrados. Apesar de o portfólio de produtos ser menor, o padrão de vendas a granel permanece neste modelo. O investimento para adquirir uma franquia pocket de Fini gira em torno de R$ 108 mil.
Já o contêiner tem a proposta de ser um ambiente instagramável, que conta com sorvetes e suvenires da marca como diferenciais. Localizada Box Park Jaboticabal, no interior de São Paulo, a unidade é construída literalmente em um contêiner com identidade visual personalizada, em uma área entre 20 e 40 pés. O investimento total para adquirir essa franquia é de R$ 214 mil. A empresa ainda conta com franquias no formato de quiosques, de 7 a 9 metros quadrados.
Atualmente, a Fini tem mais de 200 unidades de diferentes formatos espalhadas por 24 Estados, além do Distrito Federal. Com o pocket e o contêiner, a empresa pretende fechar o ano com 250 franquias.
O Zé Delivery, aplicativo de entrega de bebidas da Ambev, também está estudando transformar um novo modelo de negócios em franquias. No final de junho, a marca lançou o Zé Express, geladeiras inteligentes pensadas para condomínios e lugares com alto fluxo de pessoas.
Para comprar uma bebida, o consumidor maior de idade cadastrado só precisa escanear um QR Code, abrir a geladeira e pegar a bebida. Por meio de inteligência artificial, os produtos retirados são reconhecidos e automaticamente cobrados no cartão cadastrado no app do Zé Express.
De acordo com a marca, o plano de expansão desse formato contempla transformá-lo em um modelo de franquias de baixo investimento. Em nota, o presidente do Zé, Fernando Mazzarolo, afirmou que o franqueado ainda teria acesso a um consultor de vendas e negócios e suporte 24 horas.
Na visão do sócio-diretor da Gouvêa Consulting, Rodrigo Catani, esse modelo de franquias do Zé Express tem potencial, justamente por conta de o investimento ser mais baixo. Mas o executivo ressalta que é importante a marca saber muito bem onde alocar essas geladeiras. “O estudo de localização é algo que vão ter que trabalhar bem”.
Apesar de existir desde 2014 no Brasil, com unidades que variam de 15 a 200 metros quadrados e cerca de três mil itens, o Carrefour Express entrou agora no modelo de franquias. A novidade foi anunciada pelo Grupo Carrefour Brasil durante a feira de franquias ABF Franchising Expo 2023, que aconteceu entre os dias 28 de junho e 1º de julho no Expo Center Norte, em São Paulo.
O investimento para ter uma franquia do Carrefour Express tem início em R$ 150 mil, mas varia de acordo com o modelo de operação escolhido: lojas de rua e centros comerciais, unidades com características de consumo de proximidade; lojas residenciais, implantadas em condomínios residenciais; e as lojas in company, implantadas em conjuntos empresariais.
João Edson Gravata, Diretor Executivo de Proximidade do Grupo Carrefour Brasil, explica que a decisão de tornar o Carrefour Express em um modelo de franquias estava sendo estudado desde antes da pandemia e que, por conta, dela teve que ser adiada. Ele enfatiza ainda que esse modelo já existe em outros países.
Gravata também ressalta que a concorrência de outros modelos de varejo parecidos, como o Oxxo, que explodiu, principalmente nos centros comerciais, não foi o que impulsionou a decisão do grupo. “Não é uma estratégia tracionada pelo comportamento da concorrência. É uma estratégia de marca, de negócio, que considera o papel da concorrência como outros aspectos”, reforça.
O principal objetivo do grupo com essa mudança no modelo de negócios do Carrefour Express é acelerar sua expansão, de acordo com o diretor. “Sabemos ou pelo menos temos a expectativa de que ao abrirmos essa oportunidade da franquia, também abrimos novas possibilidade, novas condições de estarmos em locais onde, talvez, não estivéssemos no curto prazo”, completa Gravata.
Lojas de postos vão além da conveniência
O diretor executivo de proximidade do grupo revela que a adesão dos interessados nas franquias do Carrefour Express foi grande durante a feira e que a empresa está no período de catalogação e retorno dessas pessoas. “Também temos uma estratégia de prioriza a nossa presença na Grande São Paulo primeiro para que depois possamos avançar para outros centros urbanos”.
Para o sócio-diretor da Gouvêa Consulting, o exemplo do Zé Express e do Carrefour Express estão na mesma linha que é: entregar conveniência para o consumidor. Segundo ele, isso está em linha com a mudança de comportamento das pessoas, que passaram a fazer compras mais frequentes e menos de abastecimento em grande hipermercados, inclusive, estão comprando cada vez mais em locais diferentes.
Apesar disso, Catani ressalta que é importante as empresas se atentarem para a competitividade do mercado de varejo. “A competição é muito feroz, e uma franquia do varejo, tem o efeito do capital de giro investido”, alerta.
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