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Organizações de eSports apostam na diversidade e inclusão

Apesar do caminho rumo à igualdade nos games ainda ser longo, organizações de eSports já estão dando os primeiros passos neste sentido


4 de setembro de 2023 - 14h16

Nos últimos anos, iniciativas de diversidade e inclusão têm sido adotadas em diversas empresas, de diversos setores. E dentro do universo de games não é diferente. Mesmo ainda sendo uma indústria dominada por homens brancos, algumas organizações de eSports possuem times inclusivos.

esports inclusão

Jogadoras do time inclusivo de Valorant da Loud (crédito: Divulgação)

O que a Loud considera como seu time inclusivo é a sua equipe de Valorant, composta por mulheres cis e trans e pessoas não binárias. Atualmente, elas disputam o Game Changers, campeonato de Valorant, da Riot Games, desenvolvedora do jogo. “A formação do time é idêntica a todos os outros elencos da Loud, onde procuramos as pessoas mais talentosas do cenário para trabalhar em alta performance e ganharmos títulos”, salienta o CEO da organização, Bruno Bittencourt, mais conhecido como Playhard.

Outra organização de esportes eletrônicos que conta com um time inclusivo é o Made in Brazil, que atende pela sua abreviação MIBR. De acordo com a CEO, Roberta Coelho, a equipe é composta por pessoas que se identificam com o gênero feminino e não binárias, e que a ideia é que ela participe de todos os campeonatos que estão fora da franquia do CBLOL.

Fortalecendo a pauta

O time foi formado em parceria com a Natura. Além de patrocinar a equipe, a Natura também se tornou embaixadora do Women in Brazil (WIBR), plataforma de talentos do MIBR que se identificam com o gênero feminino e querem trabalhar com games. Com a parceria, as empresas ainda criaram o “Feitas no Brasil”, uma peneira para selecionar atletas para integrarem o time inclusivo do MIBR.

“A Natura está chegando para colocar o volume lá em cima e começarmos a falar de games saindo da caixinha de eSports. E, ao mesmo tempo, trazer a Natura para dentro desse universo, para mostrar para o jovem que consome game, que a Natura é uma marca jovem, que empodera e se preocupa com tudo isso em relação às mulheres”, reforça Roberta.

Além das marcas, a própria comunidade gamer também tem fortalecido a diversidade e inclusão dentro do universo de jogos eletrônicos. “A questão do preconceito, que vemos muito dentro dos jogos, a história delas terem que mudar o nick, isso continua acontecendo, mas com muito menos frequência do que antigamente, porque as meninas já estão mais empoderadas. Já tem meninas que se destacam muito, meninas que viraram referência para meninos, inclusive”, complementa a CEO do MIBR.

O caminho ainda é longo

Apesar de a comunidade estar evoluindo, Playhard enfatiza que ainda existe um caminho longo a ser percorrido. A visão do CEO da Loud se confirma com os números. A Pesquisa Game Brasil (PGB) deste ano revela que o número de mulheres que se consideram gamers caiu 51%, em 2022, para 46,2% neste ano, sendo que somente 10% está no ambiente profissional de games.

Na visão de Playhard, uma solução para acelerar o passo nesse caminho de igualdade é justamente a criação e manutenção de um ecossistema de ações afirmativas por parte das organizações de eSports, desenvolvedoras de jogos e patrocinadores. “Com isso, é possível ter uma fundação sólida para trazer um cenário realmente inclusivo e igualitário no futuro”, complementa o CEO.

Roberta concorda com ele. “Mesmo que o cenário não dê ainda oportunidades e que times femininos não dêem retorno financeiro para as organizações, precisamos fazer esse investimento para que as meninas comecem e cresçam”.

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