PepsiCo faz nova tentativa com Pepsi Next
Refrigerante com apelo saudável é a próxima promessa da PepsiCo na tentativa de recuperar seus resultados
Refrigerante com apelo saudável é a próxima promessa da PepsiCo na tentativa de recuperar seus resultados
Janaina Langsdorff
24 de fevereiro de 2012 - 8h30
O próximo passo da PepsiCo para tentar recuperar seus resultados ao redor do mundo é o lançamento da Pepsi Next, refrigerante da linha Pepsi Cola com menos açúcar e 60 calorias por lata, metade da versão tradicional. A bebida, que deve chegar até o fim de março nos Estados Unidos, fortalece a atuação da marca no segmento de produtos com apelo saudável, um dos principais focos da companhia hoje.
De acordo com informações da Associated Press, a intenção da PepsiCo é triplicar as suas vendas nessa categoria, para cerca de US$ 30 bilhões, até 2020, com as marcas Gatorade, Tropicana e Quaker. Ainda não há previsão para a chegada da Pepsi Next ao Brasil. Em 2004, a empresa tentou atuar no segmento de refrigerantes light, com a Pepsi Edge, sem sucesso.
Sob o comando de Indra Nooyi, CEO da companhia, o redirecionamento faz parte do plano traçado para 2012, que leva em consideração a alta dos custos e a estagnação da venda de bebidas na América do Norte. O cenário fez com que as ações da PepsiCo registrassem uma queda de 2% nos últimos cinco anos, ao contrário da rival Coca-Cola, cujas ações tiveram uma valorização de mais de 50%, de acordo com a Bloomberg.
A PepsiCo planeja a demissão de cerca de 8,7 mil funcionários em 30 países para gerar uma economia da ordem de US$ 1,5 bilhão até 2014. Com 22 linhas de produtos, a empresa soma uma receita líquida de mais de US$ 65 bilhões.
No Brasil, a fome é pelos biscoitos
A pretensão da PepsiCo é transformar o Brasil na sua quarta operação mundial, posição hoje ocupada pela Rússia. A liderança é dos Estados Unidos, seguido do México. Para chegar à essa meta, a empresa prometeu dobrar os seus investimentos no País. Uma das investidas mais recentes foi feita no fim de 2011, no segmento de biscoitos, com a compra da goiana Mabel, operação estimada entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões.
Em novembro do ano passado, a PepsiCo aventou ainda a possibilidade de adquirir outra fabricante de biscoitos, a Marilan, da cidade de Marília (SP), mas a negociação parece dar sinais de enfraquecimento devido à divergências no preço da marca. A família Garla, dona da Marilan, só aceita vender a sua empresa se receber propostas acima de R$ 600 milhões, mesmo patamar envolvido na negociação da Mabel.
A PepsiCo investe num mercado cujo crescimento não passa dos 3% ao ano, o equivalente a vendas da ordem de R$ 6,8 bilhões em 2011, de acordo com a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos (Anib). Esse é o mesmo cenário projetado também para 2012 para o setor, que vem sendo afetado especialmente pelo aumento entre 15% e 20% nos preços da farinha e da gordura. A categoria é liderada pela M. Dias Branco (23,4%), seguida pela Nestlé (9%) e Kraft (7,3%). O quarto lugar é justamente da Marilan, que fica quase empatada com a Bauducco (6,4%), marca pertencente à Pandurata Alimentos, além da Arcor (6,3%) e Mabel (6,1%).
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