Performance passada não é garantia de resultados futuros
Algumas iniciativas podem causar uma verdadeira ruptura em uma categoria, no mercado, na sociedade
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Meio & Mensagem
12 de abril de 2013 - 8h55
Por Paula Nader
Todo mundo fala em inovação, mas quantas vezes nos últimos tempos você se pegou encarando uma página em branco? Começando algo realmente do zero? Com riscos e possibilidades desconhecidas, frio na barriga e ausência de referências anteriores que possam dar-lhe alguma pista sobre a melhor decisão a tomar?
Ouço colegas dizendo que esse não é caminho para romper, mas apenas imprudência. Outros alegam que adorariam arriscar, mas nas empresas onde trabalham há pouco espaço, ou não têm autonomia, ou ainda lhes falta dinheiro para ousar.
Todas essas desculpas são verdadeiras, e eu mesma já as usei em alguns momentos. Mas minha (pouca) experiência me diz o contrário. E há aqueles (poucos) que concordam comigo.
A concordância está baseada na crença em que, para romper com o status quo, temos de nos permitir “errar dez vezes até acertar uma”. Que isso não é imprudência, mas um risco gerenciável. Que espaço cria-se aos poucos. E é possível fazer tudo isso sem gastar rios de dinheiro.
Não estamos falando de atirar para todos os lados, porque isso seria totalmente ineficiente. Estamos falando de fomentar algumas iniciativas que, inspiradas pela essência da sua marca e pelos benefícios que você quer gerar para seus consumidores, possam causar uma verdadeira ruptura em uma categoria, no mercado, na sociedade. Iniciativas que possam surpreender as pessoas pela utilidade. Que possam aumentar muito o valor tangível (financeiro) e intangível (vínculo) de uma marca.
Para dar um exemplo prático: foi nessa busca que comecei, há alguns anos, a explorar as possibilidades do crowdsourcing.
Um dos métodos funciona mais ou menos assim: você posta uma questão que possa inspirar as pessoas a pensar sobre um determinado tema, e recebe respostas criativas enviadas por membros da rede em forma de poemas, colagens, ilustrações, fotos, vídeos ou qualquer outra manifestação criativa. Uma equipe multidisciplinar analisa as respostas, individual e coletivamente, e produz um relatório de insights e oportunidades para o seu negócio. E os autores das respostas selecionadas para a análise recebem uma remuneração.
Nossa marca ganha insights preciosos, que provavelmente jamais sairiam de dinâmicas tradicionais, e que estão nos ajudando a entender melhor as pessoas e, assim, posicionar (ou reposicionar) nossos produtos e serviços. Um dos casos: conhecendo mais profundamente o caldo cultural onde nasce a relação com dinheiro para o brasileiro que está em ascensão, conseguimos refinar nossa oferta recém-lançada para esse público, além de ter encontrado uma pista para a ruptura que, obviamente, ainda não posso compartilhar.
E o crowdsourcing também nos permite gerar renda para indivíduos, em todo o Brasil, que se dispõe a colaborar conosco, fortalecendo um pequeno, mas promissor, elo da cadeia da economia criativa — hoje a terceira maior do mundo em geração de PIB. Uma iniciativa boa para todos os envolvidos.
Mas o ponto é que poderia não ter funcionado. Enfrentamos resistências internas à suposta subjetividade do método e das análises, tivemos dificuldades para definir a aplicação prática dos insights, lidamos com institutos de pesquisa renomados que achavam estar sendo substituídos (claro que não!) e agências de propaganda de achavam que estávamos buscando ideias publicitárias a baixo custo (claro que não!) e… Está funcionando, mas poderia não ter funcionado.
Nossa equipe decidiu correr esse risco, junto com o pessoal da It’s Noon (www.itsnoon.net), e agora estamos colhendo os frutos.
Ainda não chegamos de fato na ruptura mas, para nós, a busca constante pelo que pode ser realmente novo está valendo a pena.
¿Que te parece?
Paula Nader é superintendente executiva de marca e marketing do Santander. Este artigo foi publicado na edição 1550 do Meio & Mensagem, do dia 11 de março.
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