Luiz Albuquerque
26 de abril de 2011 - 9h27
A Índia comemorou, há alguns anos atrás, a marca de 1 bilhão de habitantes. Hoje já se aproxima do 1,2 bilhões e, até o final da década, deverá ultrapassar a China e tornar-se o país com a maior população do planeta.
Em recente viagem ao país, em que tive a oportunidade de fazer algumas viagens terrestres, é visível o esforço nos campos da infraestrutura e da educação, o que vem impulsionando o crescimento de uma enorme classe média, próxima de 300 milhões, fluente em inglês e fortemente direcionada à ascensão social.
É a bola da vez para o mercado de jornais – vários de seus títulos ganham anualmente prêmios de criatividade em marketing e design, vêm crescendo a circulação e o número de leitores em taxas aceleradas. Além de oferecer produtos mais "enxutos" e com linguagem mais moderna, o preço é fator determinante na sua ampliação de audiência.
O Times of Índia, jornal quality, editado em inglês – e portanto voltado para a elite intelectual num país que tem 18 idiomas oficiais e mais de 500 dialetos muito diferentes entre si – é um exemplo claro dessa estratégia: custa, de acordo com a edição, de Rs2 a Rs 5 (de 2 a 5 rúpias, equivalentes a algo entre R$0,07 e R$0,17). O resultado? Tiragens próximas de 4 milhões de exemplares, em diversas edições diárias.
O Brasil, apesar de realidades e números radicalmente diferentes, pode aproveitar algumas dessas lições. Alguns títulos têm optado por essa estratégia, e obtido resultados muito consistentes – seja no segmento de jornais populares (como o Super Notícias, em Minas) seja no segmento dos qualities (como o Correio da Bahia) reverteram a tendência de queda ou estagnação e dinamizaram o meio jornal em suas praças. "A Riqueza na Base da Pirâmide", de Prahalad, é leitura obrigatória para os dias de hoje.
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