Meio & Mensagem
5 de maio de 2011 - 11h47
Desde o final dos anos 90, quando o e-commerce começou a ter seu uso massificado, a internet passou a ser um ponto de referência para produtos e preços. Qualquer produto pode ser encontrado e comprado virtualmente, desde os mais populares até os mais específicos na cauda longa.
Diferentemente do mundo físico, em que lojas de um determinado tipo de mercadoria se reunem em uma mesma rua ou região (lojas de artigos para marcenaria na Rua do Gasômetro, centro de São Paulo, por exemplo), a internet permite o acesso imediato e irrestrito a qualquer loja, em qualquer lugar, sem que seja necessário sair da cadeira.
Mais do que permitir a satisfação de desejos ou necessidades de consumo, o imenso repositório de catálogos eletrônicos amplia o acesso a informações e especificações de produtos. Basta entrar em qualquer loja virtual de eletrodomésticos para saber, por exemplo, as dimensões, o peso e o consumo de um determinado tipo de refrigerador, facilitando o processo de escolha.
Da mesma forma que os consumidores têm acesso imediato e irrestrito ao preço de cada produto em cada loja, as próprias lojas têm acesso às informações de preço de suas concorrentes. Como resultado, podemos observar empiricamente um achatamento das margens de variação dos preços; cada vez mais, um mesmo produto tem preços parecidos (em grande parte das vezes, iguais) em lojas diferentes.
Quanto mais massificado for um produto, menor a chance de encontrar grande variação de preço. Indo além, na mesma toada, quanto mais massificado for um produto, menor a chance de encontrar grande variação de condições de pagamento, garantia e prazos de entrega.
Com as diferenças cada vez menores, e como não existem vendedores carismáticos em contato direto com os consumidores, como se dá o processo de escolha da loja que terá a honra de atender um pedido?
A resposta parece simples: confiança, credibilidade e qualidade de atendimento. Custa caro para quem vende, mas traz o consumidor de volta o tempo todo. Quem já comprou em empresas como Zappos e Amazon sabe o que significa uma boa experiência de consumo.
Cada vez mais o preço é plano, o consumidor é rei e a qualidade do serviço é o diferencial. Numa era em que não é mais necessário gastar sola de sapato para encontrar o melhor preço, o processo de venda se confundirá cada vez mais com prestação de serviço.
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