Meio & Mensagem
7 de junho de 2011 - 6h48
Outro dia mesmo fui convidado pruma mesa de debates sobre a influência da TV na cultura.
Márcia Tiburi deu o tom da discussão. Ela , que já trabalhou em TV, escreveu livro sobre o tema e defende o seguinte: façam TV, mas não assistam! O adágio é parecido com o pensamento de um roteirista da MTV: fazer TV é igual a fazer salsicha. Quem faz não consome pois sabe bem como é feita.
E tem professor de RTV (sigla um tanto anacrônica para um curso universitário hoje em dia) que dizia: tv tem que ser feita do melhor jeito possível. E se nao der, psor? Se não der, faz de qualquer jeito!- Revelando o aspecto “padaria” da produção de tv: pãozinho quente todo dia.
A discussão sobre o conteúdo da TV nem cabe aqui nem em nehum debate de 60 minutos. O que interessa , por ora, é por que se fala tanto dela, por que tanto se mete o pau nela e por que tanto se consome ela.
Voltando à Márcia, ela critica, entre outras coisas, o fato da TV ser inevitável, de nos perseguir em todos os lugares, de nos hipnotizar e lobotomizar no trabalho, na recepção do dentista , na academia, na padaria, no elevador, no metrô… saco! Uma verdadeira ditadura.
Argumentei que, em muitos desses casos, não se trata de TV com maiúscula, mas de tv, com minúscula, do aparelho, do monitor onipresente com todo tipo de conteúdo, não necessariamente televisivo. E que eu imaginava que o ser humano era fascinado mesmo não com a tv, ou com a TV, mas com qualquer imagem em movimento. Ditadura da imagem em movimento.!
Concordamos, por lembranca dela, que o Homem, com maiúscula, na real é fascinado pelas Telas! Que dão suporte a todo tipo de imagem/mensagem Das cavernas com pinturas rupestres, passando pelos canvas e pelos écrans e culminando nas milhares de telinhas infernais de hoje em dia.
Nada mais atual do que , por exemplo, a última grande pesquisa sobre jovens feita pela MTV, o Dossiê Universo Jovem, com maiúsculas, que apelidou a tenra geração desses dias de “screen generation”, ou, menos publicitariamente, “geração tela”!
Será mesmo atual? Nada de novo, como nos lembrou a Márcia. A humanidade sempre foi a “geração tela”, é atávico. A tecnologia , a pulverizaçao dos acessos e dos conteúdos, apenas ajudaram na evolução desse fascínio.Do fundo das cavernas às telas “touch” , a diferença é só a evolução tecnológica. Já pensou se as grutas de Altamira fossem portáteis?
* Diretor de programação da MTV Brasil
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