Nosso modelo de publicidade virou giz em Harvar

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Ponto de vista

Nosso modelo de publicidade virou giz em Harvar


10 de junho de 2011 - 5h32

Impressões. Impressões, impressões e impressões. Pergunte a qualquer diretor de Portal hoje o que ele busca. Inventário, espaço, páginas e mais páginas para que nelas possamos rodar nossos supers, islands, selos e quais mais formatos tenhamos inventado nestes poucos e profícuos (sim, li o dicionário hoje) anos de internet.

Otimizamos a relação unique visitor x page view ao máximo para que tenhamos mais entrega. Fechamos parcerias, ampliamos os quadros, espalhamos nosso conteúdo na rede, aprimoramos SEO e SEM. Tudo em busca de uma indexação a mais, de um clique extra, de outro hit.

E eis que de um quarto de Harvard surge alguém (sim, este alguém mesmo que você está pensando) e nos diz: “Peralá: não dá para colocar tudo em UMA página?”. Notícias, jogos, suas conversas, vídeos preferidos, músicas. Tudo em um só lugar, não uma grande home, mas um belo agregador, não apenas de conteúdo (efeito aparente), mas de pessoas (efeito real). Um clique, uma pessoa. Sim, dá. Na verdade, deu.

E agora? Como fica nosso modelo de publicidade? Pergunto porque o que mais ouço é como o Facebook vai se monetizar, qual seria o modelo de negócio sustentável de comercialização para esta rede etc. Deixo a resposta para Zuckerberg lá e Hohagen aqui que, com certeza, sabem o que fazem. Mas a questão é: e nosso modelo de venda on-line? E esta busca incessante por inventário – por mais que o tenhamos, a sede nunca acaba. Como fica?

Muitos dirão que somos complementares e o “face” como bem diz a geração de meu filho nos traz mais tráfego, gera mais views e retroalimenta esta insana roda que não para. Ok, também. O problema (na verdade, a solução), meu caro, é que tenho um laboratório em casa. Um laboratório que atende por Guilherme e tem seus 10 anos bem vividos neste mundo digital.

E o que ele faz ao chegar em casa após a escola/natação/judô? Beijo pai, beijo mãe, oi “face”. Está tudo lá. Os jogos do R7 que ele gosta, o email do R7 que ele usa, os sites gringos que visita, suas músicas, vídeos e…os amigos. E aí está o ponto principal. Posso piscar milhões de vezes na cara dele que tal brinquedo é bacana, mas sou eu (agência, cliente) piscando. Um simples “curtir” de um de seus amigos derruba tudo isso. Simples assim.

Em quem você prestava mais atenção? No professor tagarelando à sua frente em um palco italiano, lotando a lousa com zilhões de palavras (seriam as impressões da época?) ou na coleguinha de lado te mandando um bilhete (cutucando você)?

O que meu laboratório preferido me mostra a cada dia é que ou aprendemos a cutucar e curtir a experiência de estarmos juntos não em uma rede social, mas em uma sociedade em rede, ou acabaremos com nossos milhões de impressões presos como poeira a algum apagador em uma sala de aula de Harvard.

*Antônio Guerreiro é diretor geral do portal R7

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