Os detentores de direitos esportivos

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Ponto de vista

Os detentores de direitos esportivos


15 de junho de 2011 - 8h00

A indústria de mídia, entretenimento e telecomunicações está mudando de forma acelerada. Como falamos em posts passados, novas formas de consumir mídia estão surgindo em velocidade inédita e a tendência é que esse processo se acelere ainda mais. A revolução, que está sendo liderada pela ponta final da distribuição (web, TVs conectadas, set-top boxes, tablets, smartphones etc.), está levando a conseqüências na cadeia de negócios como um todo. As Redes de TV aberta, os canais pagos, os grupos de telecomunicações, as operadoras de TV paga e até as Redes Sociais, enfim todos os agentes da cadeia de valor da indústria estão fazendo seus movimentos, liderando ou reagindo às mudanças.

Talvez no mundo inteiro, mas certamente no Brasil, o último elo da cadeia a se movimentar serão os detentores de direitos. Olhando mais especificamente para o mundo dos esportes, os clubes, federações, ligas e atletas terão a dinâmica de negociação de direitos impactada fortemente por esse novo mundo. Até 20 anos atrás a negociação de direitos de transmissão se limitava à TV aberta. Nos últimos 15 anos a TV paga inseriu uma nova complexidade e novas oportunidades para os detentores de direitos negociarem a melhor forma de monetizar, dar visibilidade e promover seus esportes, competições e eventos. Nos últimos 10, a própria TV paga trouxe a novidade do pay per view, que gerou mais uma janela de negociação e exibição. Mais recentemente, mas ainda de forma limitada, a internet e a indústria móvel foram os fatos novos. E agora até os consoles de vídeo games ambicionam ser também distribuidores de conteúdo de vídeo.

As novas tecnologias de distribuição estão forçando os detentores de direitos a ter que elaborar estratégias inteiramente diferentes pra atingir seus objetivos. Esportes dominantes como o futebol de 1ª linha ampliam as possibilidades de monetização, enquanto esportes de menor expressão tem a chance de encontrar janelas de exibição não existentes anteriormente. Esportes mais atraentes para os patrocinadores, como os olímpicos, aproveitam a oportunidade pra aumentar visibilidade e valorizar suas propriedades de marketing. Esportes com seguidores fieis mas com menos atratividade pras marcas mais tradicionais, como as lutas, tem a chance de explorar novas receitas diretas do torcedor/expectador/usuário. Bom pro desenvolvimento das modalidades, ótimo pros amantes dos esportes e excelente para dar uma chacoalhada na indústria como um todo.

Até a próxima!

*Edgar Chagas Diniz é presidente da TV Esporte Interativo

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