Datena – Independência ou Morte!

Meio & Mensagem
15 de junho de 2011 - 8h16

Ele foi assunto nas ultimas semanas por conta de uma possível troca de emissora – deixaria a Band onde tem contrato vigente e uma pesada multa contratual rescisória para retornar à Record, por onde já passou há alguns anos e saiu detonando geral….

Fato é que tem gente que o ama, tem gente que o detesta.

Entrando no ar na Band às 17h e permanecendo no ar até as 19h20, ele traz matérias do cotidiano retratando a violência que impera nas grandes cidades, principalmente em SP.

Muitas vezes, nenhum assunto se fez destacar que mereça sua cobertura; aí que está o grande problema. A sua imaginação, a sua vocação para criar pseudotragédias, ultrapassam qualquer limite do bom senso. Afinal, não é fácil arrumar conteúdo para mais de duas horas de programa diário ao vivo na TV capaz de conquistar e manter os famosos pontos de audiência.

Falando deles, da concorrência nesse mesmo horário, tem novela e seriados, restando só a Band com o gênero jornalístico num horário quando as pessoas estão retornando às suas residências após o dia de trabalho.

A Band é muito feliz com essa grade de programação jornalística que se inicia às 17h e que vai até as 20h25, com um excelente “Jornal Nacional” coladinho no Datena.

É bem verdade também que muitas vezes a indescritível violência é exibida ao vivo e em cores – tal qual a perseguição aos assaltantes da Barra Funda que fizeram um “strike” nas motos da PM de SP. Nesse momento, surge mais um ingrediente: o “famoso” Comandante Hamilton. Um parceiro de Datena que circula na cidade pelos ares, pilotando um helicóptero em busca de ocorrências, para preencher o programa.

Recentemente, o Comandante trocou a Band pela Record. Para minha modesta opinião, um tiro no escuro: o Hamilton sem o âncora que o alavanca e o coloca num pedestal, sem bases e alicerces, não trará os sonhados e desejados pontos de audiência. No que ele se difere dos demais profissionais? A imagem dele não treme? Só ele tem a frequência policial para descobrir as ocorrências? Ou foi mais um lance estratégico para minar um produto/dupla que fazia sucesso?!?!

Na semana que passou, Datena gritava, perdia o fôlego ao vivo para todo Brasil, retratando a inacreditável apresentação do criminoso que participou do assassinato do estudante da USP, bem como sua mais inacreditável saída da delegacia pela porta da frente impunemente, ainda ameaçando o apresentador e encarando o repórter.

Datena esbravejou, cobrou explicações exemplarmente, de um jeito que ninguém mais fez!

Ainda bem que ainda existem jornalistas, profissionais como ele, com a isenção para informar, a coragem para gritar e a criatividade para inventar!

* Fábio Wajngarten é proprietário do Controle da Concorrência