O contra-ataque do rádio

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Ponto de vista

O contra-ataque do rádio


24 de junho de 2011 - 3h00

(*) Semana passada conversei com uma aluna de mestrado da UFRJ que estava conduzindo uma pesquisa sobre o panorama atual indústria do rádio e sua evolução ao longo da última década.

O papo foi ótimo.

Em um determinado momento da conversa ela mandou uma pergunta interessante que resolvi trazer aqui para o blog: a tecnologia e os novos meios estão arrasando com o rádio?

Antes de tudo, a resposta é “não”.

Entendi que ela referia-se, de forma mais específica, à internet e às infinitas possibilidades de armazenamento portátil de músicas.

A resposta foi longa. Vou reproduzir aqui os “melhores momentos”.

Falar que a audiência média do meio rádio baixou na última década, não é correto. Baixou, sim, no mundo “off-line”. Mas ganhou, entendam, do “outro lado”.

Nos últimos dez anos o rádio foi, possivelmente, o meio que apresentou menos avanços tecnológicos perceptíveis para a audiência.

Todos ficam boquiabertos com as imagens em HD, 3D, efeitos especiais em filmes, séries e comerciais de TV.

Os softwares que tratam e desenvolvem imagens abriram um novo mundo para os profissionais que criam para a mídia impressa.

As novas linguagens de programação desenvolveram em sites incríveis experiências diferenciadas para marcas e usuários na internet.

O rádio, mesmo contando com tecnologia de transmissão avançadíssima, processadores poderosos, ainda que possa ganhar com a digitalização dos sinais de áudio para a operação diária e que traga edições e efeitos muito mais precisos, continua sendo uma “caixinha que toca música”.

Caixinha?

Com os avanços constantes da tecnologia, o rádio se tornou mais portátil, mais próximo da audiência.

Rapidamente o rádio foi “transferido” para celulares, iPods, computadores e tablets. O “sinal” de uma rádio local foi parar em qualquer lugar do mundo.

O rádio continua chegando onde sempre chegou e foi muito mais longe.

Se somarmos a audiência “off-line” com a audiência “online” dos últimos dez anos, veremos que o consumo médio do rádio permanece inalterado.

É claro que o meios e veículos mudaram, avançaram. Assim como os hábitos e formas de consumo.

Mas o rádio segue ao lado, na frente ou no bolso da audiência.

* Marcos Vicca é diretor artístico da Mix FM

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