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Ponto de vista

Novo mercado


13 de maio de 2011 - 11h13

Vivemos no Brasil um momento sem precedentes. Nos tornamos a bola da vez, dessa vez verdade. O mercado brasileiro sempre foi atraente para as multinacionais e marcas globais e nos acostumamos a tê-las presentes, apesar de ser um mercado extremamente complicado para operar.
Não é um mercado fechado, mas é protegido por regras e barreiras que distorcem a dinâmica de competição. São impostos altos, restrições a importações e requisitos de produção local oriundas de um modelo de desenvolvimentismo. Como resultado, sempre tivemos oferta mais limitada de produtos e preços mais altos, o que explica o desespero do brasileiro nas compras durantes as viagens aos EUA.
Numa economia livre de mercado, países produzem aquilo em que são mais competitivos e compram o restante de que precisam, praticando arbitragem de maneira saudável. E na economia do conhecimento e da globalização, este mercado ganhou extrema fluidez. O Brasil está se adaptando e se tornando um país mais “internacionalizado” – éramos como uma ilha até há pouco.
Estamos aos poucos vendo nas prateleiras os mesmos produtos eletrônicos que encontramos no exterior. A Samsung, onde trabalho, faz um enorme esforço para lançar os mesmo produtos neste mercado. Tivemos o belíssimo exemplo do lançamento do Galaxy Tab, produzido no Brasil, e oferecendo benefícios específicos para o Brasil como a capacidade de receber o sinal de TV digital e analógico. Agora vivemos o lançamento das Smart TVs, que trazem também um enorme leque de benefícios direcionados aos brasileiros através de parcerias com provedores de conteúdo locais e outros globais. Os smartphones, já campeões de venda nos mercados maduros, são este ano objeto de desejo e estão no topo das listas de compra do brasileiro.
Tomando a indústria de eletrônicos como termômetro de desenvolvimento de mercado, estamos entrando na liga dos mercados maduros, isso apesar das barreiras, distorções e regras a que somos submetidos. Apesar dos altos preços, a oferta de produtos já se sofisticou. Creio que os próximos anos serão extremamente dinâmicos e transformadores para os profissionais de marketing, uma vez estávamos acostumados a trabalhar e a aceitar um portfólio mais limitado que o dos mercados maduros.
Resta-nos o desafio da precificação distorcida, que é resultado da tributação excessiva no país.

* Carlos Werner é diretor de marketing corporativo para a América Latina da Samsung 

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